...passe para a casa 33...
Meus fiéis seguidores, cidadãos munidos de binóculos na praia, psicóticos em franca convalescença.
Hoje a minha vida mudou. Só de pensar nas vezes que já tive oportunidade de abrir a porta de casas de banho públicas e apanhar a pessoa desprevenida e não o fiz...que desperdício...
Cada vez que passo nas estradas, tenho a ideia que estou a viajar por um tabuleiro do Monopólio.
Há por esse nosso Portugal inúmeras casas, terrenos, silveirais, postes de madeira e cimento, casotas de animais de estimação, que são pertença de várias imobiliárias.
Eu pergunto, porque razão as imobiliárias não podem entrar na corrida ás autárquicas? Porque não a igual cedência de tempo de antena?
Não vos dou cinco anos para nos vermos com um referendo nos braços a colocar essa hipótese. Isto pode tomar proporções nunca antes vistas! (por outro lado, pode acontecer como aconteceu com o referendo do acordo orto"gáfico").
Reparem. Os placares das diversas imobiliárias rivalizam agora, em igualdade de circunstâncias, com os dos diversos partidos.
(musiquita)
O ESPAÇO QUE SE SEGUE, É DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS INTERVENIENTES
(fim da musiquita)
- Camaradas. A nossa imobiliária conseguiu só neste semestre, 80% da zona de Mircozelo e 60% da zona de Murtafel. A zona de Pinhenga, outrora covil da nossa concorrência mais directa, abriu a porta das suas casas e hasteia agora com orgulho, a nossa bandeira!
É louvável! É justo! Vota em nós! Compra-nos uma casa!
Seria surreal no início. Contudo, à medida que fossem surgindo mais anos com duas ou três eleições diferentes, já não soaria a algo tão bizarro.
O meu medo é se, quando me deparar frente a frente com o boletim de voto, veja-me no dilema se estou ali para votar ou para escolher casa ou apartamento. E o Ricardo Azevedo de viola em riste, a aparecer de repente na cabine de voto, a cantar o seu clássico e a pregar-me um susto...