28 de Outubro de 2009

...bicho ruim, não morde...

 

Meus fiéis, sejam bem-vindos a mais um espectáculo onde é reservado o direito de admissão àqueles que trazem soutien vestido na cabeça.

Da mesma maneira que um convidado televisivo fica a fazer figura de urso em frente ás câmaras, no espaço de tempo em que ouve a opinião de um telespectador, assim acontece com o telespectador que na sua televisão sem som, assiste incrédulo à figura inerte que olha para a câmara sem pronunciar quaisquer movimentos labiais ou gesticular orientações...

 

Outra martelada em dedo alheio, é a bacoca expressão "gritar palavras de ordem".

- O Sindicato dos Furtadores de Coisas que Aparecem Misteriosamente na Pasta e o Sindicato dos Furtadores de Coisas que Aparecem Misteriosamente no Bolso, marcharam avenida abaixo, gritando palavras de ordem para a polícia.

Mas afinal, não é suposto ser só a autoridade a gritar palavras de ordem!?

Quem foi a primeira pessoa a utilizar isto!? Deve ter sido com a melhor das intenções, sem dúvida. Mas os que se seguiram na utilização desta expressão, espalharam-se ao comprido intencionalmente, num drama verbal só compreendido por um burro cujo zurrar, é composto por duas notas musicais tão distintas e tão opostas, contudo sofríveis.

Por falar nisso e em jeito de nota meditativo-creativa, um burro deve sentir-se angustiado ao observar uma ave canora e ter plena consciência, que as suas notas musicais deixam algo a desejar.

Há concerteza por aí um burro ou outro que se enche de coragem e, à desgarrada, tenta impressionar um rouxinol e no momento em que o pássaro lhe dá a deixa, este animal solta um estridente, sonoro e onomatopeico "hiii-óóóó!"...

Voltando a malhar novamente no dedo, há que arrepiar caminho, acicatar as mentes a buscar novas e sensatas expressões. Expressões com que as pessoas realmente se identifiquem.

Deixo aqui uma bastante sugestiva:

- O Sindicato dos Furtadores de Coisas que Aparecem Misteriosamente na Pasta e o Sindicato de Furtadores de Coisas que Aparecem Misteriosamente no Bolso, marcharam avenida abaixo gritando palavras que compõem êxitos da música ligeira portuguesa, como por exemplo "Sobe, sobe, balão, sobe" da Manuela Bravo, "Zumba na caneca" da Tonicha, ou até mesmo "Leva-me ao cinema" da Gabriela Chaves.

 

Fecho a braguilha com um pensamento religioso.

Se os árbitros lusos não vêem qualquer problema quanto à profissionalização da arbitragem...qual a razão de tanta demora e impasse?...

Volto brevemente com mais um alguidar de água quente com sal para molhar o pé de atleta.

escrito por centrodasmarradas às 16:19 linque da crónica
28 de Outubro de 2009

...a vida são dois dias, o carnaval não sei porque não gosto...

 

Nunca mais quero ter um pesadelo como este último!

Sonhei que estava a assistir em primeira fila a um concerto do Tony, de elementar t-shirt com o frontispício do indivíduo e apetrechado com a lógica bandeira em riste.

Todos (incluindo eu), gritavam "Tony! Tony! Tony!"...foi há uma semana atrás e ainda hoje tento recuperar do sucedido. Não tem sido fácil. Ainda me custa encarar as pessoas na rua, com o receio de que se apercebam que sonhei com esta catástrofe.

 

De fazer Saramago rebolar nu por uma encosta abaixo repleta de urtigas, é a fantástica ideia que tive para o papel higiénico dupla face, perfumado e absorvente.

Seria um inquestionável êxito mundial, imprimir vários sucessos literários em papel digno e de qualidade como este.

Que melhor maneira de homenagear uma das melhores ideias seculares e que esteve sempre ali para nos servir em momentos de maior sacrifício?

- Quem é que teve a ousadia de utilizar o resto do meu rolo que continha o final do livro "Anita vai para a fila do rendimento mínimo"!?

- Se utilizaram, é merecido! Eu andava a ler "Harry Potter e as ceroulas em macramé" e ninguém se dignou sequer a ler o final em voz alta, antes de o utilizar!".

Que mais poderia contribuir para a paz interior, serenidade e enriquecimento do indivíduo (enquanto no apego à sanita), senão aquele papel inundado de palavras sábias a engrandecer e a deixar níveo o momento de aflição?

 

Assim como um cão ensina o animal de estimação que o leva a passear, a recolher os dejectos dos relvados e passeios, também devia ser colocado em prática um plano semelhante quanto ás vacas que vêem o seu leite ser desperdiçado, derramado nas ruas sempre que os produtores de leite reivindicam o seu direito à greve.

Eu imagino duas vacas a segurarem um destes camaradas e uma outra a encaminhar-se para ele enquanto diz:

- Aqui tens, meu lindo. Coloco em tuas singelas e hilariantes maminhas estes sedentos recolectores de leite, que se desligam automaticamente nos modestos 100 litros para que, a partir de agora, dês mais valor ao nosso esforço e ao invés de fazeres disparates, entregues o leite (quiçá), a instituições de caridade.

 

Numa altura em que investigo milhares de sensações novas e úteis para estudos realizados um pouco por todo o mundo e pagos não sei por quem, decidi experimentar proceder à análise de resultados antes de proceder à experiência em si.

Se falhar alguma coisa, no fundo, no fundo, o estudo já era desde o início salvaguardado em ser considerado estúpido o suficiente, para haver represálias quanto à revelação dos resultados...é justo...

escrito por centrodasmarradas às 01:42 linque da crónica
26 de Outubro de 2009

...aqui não paro para indicações...

 

O que fará um indivíduo perder o amor pela própria vida?

Qual o assunto mais sensível, que poderá fazer esse mesmo indivíduo perder a calma?

Qual o local eleito pelo referido, para perpetrar um alegado atentado contra a própria vida?

Como aprender cantonês sem ir à Cantónia por pouco mais de duas chávenas de chá?

 

E pronto!

Está a acordar e podem abrir os olhos.

Acabou a primeira sessão sobre o sigmo "INCHA! ESTA BATEU COM MAIS FORÇA QUE UMA MARRADA EFECTUADA POR DOIS BODES COM CIO, NO ALTO DE UMA ESCARPA ALPINA!".

Agora façam o favor de ir passando por todos a tina de amoníaco. Não é para beber, é só para cheirar! Vamos experimentar outra coisa.

Para o efeito, tomei a iniciativa de trazer sabão clarim e uma pedra para raspar essas calosidades incomodativas no calcanhar.

Coloquem então a chaleira ao lume, deixem a água estar a aquecer e vão ao mesmo tempo enchendo a banheira de latão como deve ser.

Vamos apreciar um merecido banho comunitário terapêutico sobre o signo "SINTO-ME COMO UMA PORRA DE UM GOLFINHO QUANDO INSPIRO AMONÍACO NUM BANHO DE IMERSÃO".

Eu sou o primeiro a entrar na água porque o espaço da banheira é diminuto, pode não chegar para todos e como fui eu que tive a ideia...

 

Eu gosto de trabalhar aos Domingos. De preferência a começar o dia bem cedo. Pela fresquinha.

Por mais que tente, não consigo deslindar qual é o problema que uma ou duas pessoas têm em trabalhar neste dia. Eu tenho a certeza que a minha opinião está de acordo com a maioría. Todos os que se prezam, têm gosto em labutar no dia de descanso de Vosso Senhor. Aliás, Vosso Senhor deve sentir-se deveras realizado por ter facultado um dia de descanso e, mesmo assim, os seus fiéis dedicam-no ao lufa-lufa.

A seguir ás formigas, devemos ser provavelmente, a espécie mais afincada nas tarefas remuneradas...embora as formigas não sejam remuneradas no que diz respeito a um equivalente monetário, a um soldo pelo esforço despendido. E também não têm o nosso género de segurança social ou rendimento mínimo garantido. Nem têm um Paulo Portas, agora que penso nisso...(suspiro)...Formigas 2 - Humanos 0.

 

Bom, o que interessa é que Domingo é um dia descomunal, estando propício a levar com uma condecoração ao peito por ter manhãs descontraídas no trânsito, fazer com que muitas pessoas partilhem a sorte de muitas outras.

Sinto-me inquieto e num frenesim infantil, sempre que se aproxima um Domingo e dou por mim com a relaxante noção, que este é um dia de trabalho. E melhor que isso, só Bacalhau à Brás ao almoço.

 

Agora e se me dão licença, vou continuar com o meu mais recente estudo. Quantas penas serão necessárias, para que seja possível a uma gaivota conseguir voar?

Requer muita paciência, pois as penas têm de ser tiradas uma a uma e, cada vez que se tira uma destas, tento fazer com que o bicho satânico levante vôo...e é também necessário muita gaivota para conseguir achar a estimativa, sem a qual a percentagem não se torna fidedigna.

escrito por centrodasmarradas às 22:37 linque da crónica
25 de Outubro de 2009

...ovelha que barrega, mais vale estar calada...

 

As pessoas são como as palavras, variáveis ou invariáveis.

Dito isto, pensem agora num número e escolham entre o seis e a meia-dúzia. Não me digam. Vou estontear-vos com o meu poder de adivinhação...amanhã ou assim, dêem-me tempo.

 

Foi necessário um conceituado pseudo-escritor espanhol (Rosé Charamago), vir a Penafiel afirmar que a língua portuguesa pode sofrer com os "americanismos". Para fomentar a sua teoria espásmico-caduco-cerebral, deu um brilhante e monumental exemplo de um conceituado pseudo-escritor francês (Eça du Quirroz), que disse que "há que falar as outras línguas patrioticamente mal".

Com a contradição, o pedantismo e a arrogância que lhe são característicos, também referiu a Bíblia como sendo "um manual de maus costumes"...e eu pergunto:

...(pigarreio)...

Um senil fazer um "ensaio sobre a lucidez", é o quê!?

a) Um paradoxo pintado por Dali;

b) Efeitos secundários de um forte laxante;

c) As duas acima referidas;

d) Não costumo ler discursos do Presidente da República;

Eu acho insuficiente pegarem nesta angustiada ovelha tresmalhada e julgarem-na somente por ter disferido ataques a uma obra literária de escrita fantástica e surreal. Esta ovelhinha com uma incontinência cerebral considerável já demonstrada anteriormente, repete pela terceira vez o grito de ajuda.

A primeira foi com a criação de um conto que ofendeu a Igreja mas, vendo bem o estratagema, até eu considero que "má publicidade é também publicidade".

A segunda vez foi com a birra de renunciar à cidadania portuguesa por este país (ainda com maioría coerente e com bom-senso), achar de bom tom não apoiar quem não tem tento na língua e prima em comportar-se como um filho único a quem não se disse suficientes vezes a palavra NÃO.

Por último, temos o fechar do ciclo vicioso do "falem mal, mas falem de mim", com a polémica do mais recente chorrilho de disparates que quer conhecimento mundial.

Não tarda nada, teremos esta pobre vítima da tentação, a dizer algo do género "a minha chucha, a minha chucha! O meu Nobel por uma chucha!", com todos a aplaudirem de pé, comovidos.

Se calhar, sería uma boa altura para fazer um minuto de silêncio pela morte de Saramago...não!? Já foi dito, eu sei. Mas não resisti...crucifiquem-me por isso.

 

Tempo agora para informar que vou partir de imediato numa cruzada pelo pinhal perto da minha casa, para conseguir realizar um antigo projecto de ciências da natureza. Chama-se esquilofone. Apesar de ainda estar em fase experimental, dei-lhe um nome.

E consiste em quê, perguntam muito bem.

Pego em dois martelinhos de partir casca de santola e corro atrás de um esquilo para conseguir algumas notas musicais. A desvantagem é que eles são demasiados esquivos e correm mais rápido do que eu...muito mais rápido do que eu. Mas se há coisa que aprendi com uma ovelha choné de raça ibérica, é insistir sempre. Insistir, insistir, não desistir.

escrito por centrodasmarradas às 15:33 linque da crónica
12 de Outubro de 2009

...pura lã virgem...em 2ª mão...

 

E se hoje falasse do impacto que a abstinência sexual do albatroz comum, tem na sua rotina anual em alto mar e o peso que isso implica numa relação a dois?

Ou então, que tal explicar a minha teoria de que o albatroz comum, não passa de uma gaivota geneticamente modificada, numa experiência secreta em laboratório?

Ou ainda, rir como se não houvesse amanhã, graças a uma compilação de imagens das primeiras abordagens ao solo, realizadas por um juvenil de albatroz comum?

Não? Muito bem.

Próximo assunto, então.

 

Quem não se lembra da primeira vez?

Tenho consciência que é um assunto algo privado e somente partilhável com os que são merecedores da nossa confiança.

Mas façam um esforço. Espreitem por cima do ombro para garantir que ninguém está a sondar-vos e libertem a lembrança dessa memorável experiência. Digam "sim, também me aconteceu". Deixem-se ser invadidos pelo nervosismo galopante do momento antecessor a tudo.

Eu lembro-me perfeitamente como se tivesse sido ontem e não tenho qualquer problema em falar sobre isso, quanto mais pormenorizar.

Os cheiros, o calor, o suor, o medo de não corresponder ás expectativas...

Na minha primeira vez, o meu mal foi colocar logo o ovo sem ter colocado primeiro o óleo na frigideira. É que agarrou num ápice!

Fiquei logo ciente da diferença entre uma frigideira com fundo aderente e uma frigideira com fundo antiaderente.

Depois, nem uma pitada de sal como último desejo consenti ao infeliz do artefacto expelido pela "porta de emergência" do galináceo fêmea.

O meu merecido castigo foi ser admoestado pelos pingos que selvaticamente, saltavam do receptáculo para os antebraços.

No fim de contas e da experiência com sucesso questionável, lembro-me vivamente ter optado por uma lata de sardinhas em molho de tomate picante dentro de dois pães e dei-me por satisfeito.

Actualmente trato um ovo por tu, sem cerimónias. Desde que o tiro do frigorífico, até à taça designada para o mexer.

Já exerço o poder do garfo com mestria superior, se comparado à de um chef de cuisine. E mexo a 45 rotações, à razão de 10 movimentos por cada 15 segundos.

Coloco salsa, atum, fiambre, salsichas, fermento, por vezes uma casquita ou outra de ovo, isto se houver alguém que se faça convidado.

 

É como em tudo na vida.

Há que haver e ter uma tendência constante para melhorar, senão nem vale a pena sair da casca. Não se pode fazer uma omeleta sem ovos...é o que dizem, não sou eu que o digo.

escrito por centrodasmarradas às 21:40 linque da crónica
11 de Outubro de 2009

...de médico e de louco, todos fugimos um pouco...

 

Saudações e boas festas para todos, feliz e próspera semana nova e que esta vos traga tudo de bom, quer no que diz respeito a estar de bem com a vida, quer com a senhora da caixa de hipermercado que não diz bom dia e mal sorri, mas que no fundo deve ser boa pessoa.

 

Enquanto atirava uma barra de dinamite para a casota do cão do vizinho, que não se cala durante toda a noite e dorme tranquilo durante o dia, veio-me uma interrogação meritória de meditação e de busca pela resposta. "Ontem deve ter sido dia de qualquer coisa", pensei.

E a verdade é que foi. Ontem foi o Dia da Saúde Mental e só isso, é o que considero um passo extraordinário em frente na mentalidade portuguesa. Enche-me de orgulho reconhecer um tendão de Aquiles tão sensível quanto este e ainda aceitar fazer referência a esta minoria no meu calendário.

Isto tudo porque as doenças mentais afectam uma em cada quatro pessoas. Daí ser bem esclarecedor haver só um dia por ano dedicado a esta causa nobre. Fosse a média mais numerosa, teríamos um feriado ou uma semana...

É saudável, contudo preocupante, que só um português em cada quatro, reconheça para ele próprio que mentalmente não está saudável.

É certo que longe vão os tempos dos duches de água gelada, mas o que me preocupa é que, se acabarem com o teste patético das pranchas com borrões de tinta (Teste de Rorschach), vai ser mais difícil encontrá-los.

Eu creio que se fosse apanhado, não seria um paciente muito cooperante:

- O que vê neste cartão?

- Um borrão de tinta.

- E neste?

- Um outro borrão de tinta.

- Bom e agora?

- Vejo que a gráfica que vocês contactaram, fez um serviço miserável...

 

Estive a falar de insanidade pura e não de insanidade temporária.

insanidade temporária é para meninos.

É digno de quem tem medo de trazer o "bico de panela de pressão" fora da panela. A maioria prefere negligenciá-lo, a ter de soltá-lo quando ele sente necessidade. Outros recusam-se a deixar o ar sair liberto continuamente. E depois dá o quê?

Exactamente. Insanidade temporária...

 

Mas e o que dizer da mania de perseguição?

Muita coisa. Um bom exemplo é a suspeita perpétua de que a polícia conspira sempre contra nós. Temos um carro na estrada identificado e sentimos que há logo ali matéria para especular sobre uma conspiração contra nós. É verdade! Se não, aquele formigueiro na base do crânio quando se vislumbra a viatura no horizonte, é o quê!? Caspa!?

Não. Não me parece.

 

Engraçada a situação que me surgiu na mente, enquanto dava ás gaivotas bolacha esfarelada previamente embebida num potente laxante.

Imaginem um dia temático feito num hospício. Palestras sobre diversos assuntos, visitas guiadas pelas instalações, acções de esclarecimento ao público (e também a alguns pacientes que não saibam porque ali estão), piquenique familiar. Se alguém se distrai e fica para depois da hora do fecho dos portões, como consegue provar que está bem mentalmente para conseguir sair para o mundo exterior?

Faz o quatro?

Assina um termo de responsabilidade?

Faz uma imitação do Mika?...

 

Por agora é tudo, são então no total 10 caricas de Orangina C, uma pastilha Super Gorila e um palito. Querem que embrulhe com um lacinho, ou o hamster leva as coisas nas bochechas?

escrito por centrodasmarradas às 23:22 linque da crónica
10 de Outubro de 2009

...a cavalo dado, pede-se sempre a garantia...

 

Bem vindos à Quadratura do Círculo Triangular em Elipse, com um Ligeiro Arrastamento Helicoidal.

Hoje não tenho comigo a presença animadora da CNE, braço logicamente parido pela Comissão de Arbitragem e que age com a mesma seriedade e profissionalismo.

Tenho sim, um seu representante presente em estúdio e sentado à minha frente, com a perna cruzada ao estilo da Catarina Furtado, o senhor doutor juiz Paulo Barreto, delegado da CNE para a Região Autónoma da Madeira.

 

- Posso dar-lhe um beijinho e abraçá-lo?

- Não doutor, é desnecessário. Antes de iniciar esta tertúlia no Quadratura do Círculo Triangular em Elipse, com um Ligeiro Arrastamento Helicoidal, diga-me qual a razão de ser do tutu rosa rendado que traz vestido?

- Ainda bem que me faz essa pergunta. Deram-me a escolher entre o tutu rosa rendado e um nariz de palhaço, feito a partir de uma bola de ping-pong vermelha mas optei pelo tutu porque, como é do conhecimento geral, o odor a químicos do interior de uma bola de ping-pong vermelha, não é de todo em todo agradável.

- Mas...(pigarreio)...o senhor doutor encontra-se neste momento com um nariz de palhaço feito a partir de uma bola de ping-pong vermelha...

- Deveras!?...Não admira que andasse a abraçar quem não conheço e a pedir ossos à porta dos talhos...devem ser efeitos dos químicos.

- Certo...O senhor doutor também disse a certa altura, que na Madeira "não há asfixia democrática, mas um excesso de liberdade que em nada dignifica a democracia ou a região".

- Absolutamente! Nego categórica e terminantemente essas alegações ultrajantes!

- Peço desculpa, mas foi o senhor doutor que o disse perante as câmaras de televisão. E peço-lhe que pare de roer o cabo de iluminação.

- E mesmo que o tenha dito. Eu sou juiz! E isso, por si só, já é uma mais valia para não questionarem a minha credibilidade ou submeterem-me ao contraditório, quanto mais para pôr em causa a minha inteligência!

- Bom, respeito a sua opinião à revelia da Manu M. Guedes que, a esta hora, já estaria a sofrer um ataque de urticária...mas não acha que já é tempo de parar de roer o cabo!?

- Eu sou juiz. Faço e digo o que quero e você não pode fazer nada contra isso.

- Doutor, eu só estou a tentar que o Quadratura do Círculo Triangular em Elipse, com um Ligeiro Arrastamento Helicoidal continue com a imagem séria, a que sempre habituou os seus fiéis telespectadores e a primar pela sua própria segurança.

- Imagem séria!? Acha mesmo que os telespectadores estão a achar alguma coisa de sério neste programa!?

- Agora com o senhor doutor ajoelhado em cima da cadeira e a fazê-la rodar com a ajuda de um pé, tornou-se mais difícil...

- Dá para ver as cuecas que trouxe com a cara do Beto Jardim?

- O senhor doutor não traz cuecas...

- Eu sou juiz! E digo que trago cuecas!

- Adiante, mudando de assunto. O que acha da NASA ter lançado um projéctil para a superfície lunar de modo a formar uma cratera, tudo em nome da ciência e de procura da existência de água no subsolo?

- O Homem já foi à Lua!??

- ...(suspiro)...senhores telespectadores, dou por concluído o programa Quadratura do Círculo Triangular em Elipse, com um Ligeiro Arrastamento Helicoidal, na ânsia de que o próximo restitua novamente a seriedade a que vos habituei.

- Já!? Mas eu ainda tinha para mostrar a tese da minha teoria sobre como conseguir realizar uma viagem astral bebendo somente um litro de aguardente de cana, misturado com sumo de ananás da Madeira...

- Ananás nacional, portanto.

- Não. Da Madeira.

- A Madeira é um arquipélago contido no território da República Portuguesa.

- ...(riso jocoso)...

- Eu desisto...

- Um momento! Eu é que decido se desiste ou não! Afinal de contas, quem é o juiz aqui!?

- Começo a perguntar-me o mesmo...

- Desculpe!??

- Está desculpado.

escrito por centrodasmarradas às 01:21 linque da crónica
09 de Outubro de 2009

...quando de trombas, cancele as viagens a zoológicos...

 

Prezados fiéis, honoráveis amantes da queda em público, corajosos atletas de fuga ao fisco. Eu vos saúdo.

Ora como parece que vai chover calor até mais não nos próximos dias, é melhor saltar para dentro do alguidar e abrir o guarda chuva.

 

Atentem na seguinte cena cinematográfica.

Porque razão, quando os ladrões fazem uma refém, gritam sempre algo do género como:

- SE TE MEXES, ELA MORRE!!!

E, logo no momento a seguir, quem está a fazer frente ao delinquente, torna-se um cão obediente saído de uma escola de boas maneiras e, ou dispõe a arma no chão, ou atira-a para longe...

Eu pergunto, mas será que não há uma alminha capaz de dizer:

"Olhe sr. ladrão. Respeito a sua perseverança, entrega e dinamismo na sua ocupação. É tudo muito bonito, cheio de floreados, o seu elemento surpresa resultou e de que maneira, o gerente já guincha e mais não sei o quê. Mas perdoe-me e permita-me a ousadia de ignorar a sua ordem bastante lógica e dê-me o privilégio de eu próprio eliminar esse fardo que tanto o aflige neste momento carregado de adrenalina"...

Ou então, insurgir-lhe com um não somenos:

"Mas estás parvo!? Queres levar na tromba!?"...

 

Podem dizer, que é devido ao receio que a pessoa enfrenta, de mais tarde pesar na consciência ser culpado da morte da refém...eu digo, tretas.

 

Para as pessoas que já levam vinte anos de jogos de sorte sem ganhar nada, deixo uma sugestão capaz de vos trazer algum alento e esperança reforçada. Experimentem criar ou descobrir algo interessante ou nunca visto em ciências e esperem por um prémio Nobel. São 920, 970 mil euros certinhos e levam o mesmo tempo de espera, mas é mais certinho, no meu ponto de vista.

 

Tão marado como ouvir a Nelly Furtado gritar "Viva Brasil!!!" em pleno Super Bock Super Rock é ver, por exemplo em 2009, o sr. Paulo Barreto, delegado da CNE na Madeira, dizer que "não há asfixia democrática, mas um excesso de liberdade que em nada dignifica a democracia ou a região".

Isto depois da "Manu" dizer que na Madeira "respira-se democracia"! Não é hilariante?

E a policia a acatar ordens do "Beto" Jardim da Madeira, bombeiro de serviço a apagar o incêndio entre a JSD e o PND?

E com os media ao pé! Fantástico! Sublime! Um luxo!

 

Não dormiria bem comigo mesmo se não partilhasse convosco, a graçola que me saiu do pensamento quando vi um outdoor de um hipermercado.

...(rufar de tambor)...

O que é que um galo pedófilo chama a uma cria de galinha?

Pinto doce!

É estúpida o suficiente e só isso deixou-me os olhos a brilhar de orgulho...

escrito por centrodasmarradas às 00:39 linque da crónica
07 de Outubro de 2009

...estar vivo, é o contrário de estar torto...

 

Pintaram os olhos ou estiveram a beber vinho tinto até ás 3 da manhã!?

Estejam felizes por vos desejar um muito bom dia a todos sem excepção.

Como efeméride, destaquei o facto de fazer precisamente hoje um ano que foi dia 7 de Outubro...

 

E por onde tenho andado, poderão perguntar muitos famintos.

Ainda bem que me fazem essa pergunta, porque eu também gostaria de saber. Desde que acordei que estou a contemplar o interior de uma mala de carro e nunca mais fui o mesmo. A partir do momento em que abri as pálpebras e encontrei esta redoma metálica e "fungosa", tem sido um "vê se te avias" de desliza para a esquerda e desliza para a direita, consoante as curvas e as rotundas...monótono.

Pode acontecer a todos.

Tenho as minhas suspeitas e dou-vos já um conselho. Pensem sempre duas vezes, antes de optarem por uma viagem de baixo custo ou, desconfiem quando disserem que daqui até à Austrália, é um pulinho de pulga educada.

Mas já que aqui me encontro, gostaria de vos incutir o espírito perdido dos ancestrais Jogos sem Fronteiras e, no mais curto espaço de tempo, abrirem o belo porta-bagagens das vossas viaturas ligeiras assim que tiverem oportunidade, a fim de confirmarem que não se fazem transportar de alguma coisa fora do normal...estejam à vontade, eu espero.

 

(...)

 

(assobiando miseravelmente a "Cabana" de José Cid, contudo digno de um programa generalista de televisão "mais do mesmo")

 

(...)

 

Então, nada fora do normal? Bom, agradeço na mesma o vosso empenho e dedicação...boa vontade, não digo. Se continuo aqui, é porque não procuraram bem.

 

O porta-bagagens de uma viatura ligeira é essencialmente, um alívio e uma desilusão. Um paradoxo. Uma ambiguidade.

O porta-bagagens de uma viatura ligeira não é mais, senão aquele espaço oculto debaixo do tapete, para onde vai aquela migalha que o aspirador falhou em recolher e só reparamos nela, após a sala limpa.

O porta-bagagens contribui de certa forma para que durmamos tranquilos, tudo porque há quem recorra a ele, quando já não existe espaço livre no porta-luvas ou outros compartimentos diversos no habitáculo.

Há ainda quem o trate como um santuário. Eu não, credo!

Trato-o como ele gosta de ser tratado. Transporto desde sacos de batatas a garrafões de vinho! Droga, não! Ouvi dizer que é ilegal o transporte e consumo.

A não ser aquele dia em que transportei uma embalagem de pastilhas para a garganta. Mas acho que a isso chamam drogas leves e quanto a essas, não há inconvenientes.

Enfim, o que interessa é que devem passar uma imagem ao vosso porta-bagagens, de que é um porta-bagagens útil, prioritário e uma peça fundamental nas vossas viagens diárias.

Mas em que é que isso contribui em prol da minha evasão deste lugar cativo? Nada! Absolutamente nada! Zero!

Da mesma maneira que alguém se coloca dentro do tambor de uma máquina de lavar roupa, também uma garrafa de litro e meio de água (se provida de sentimentos), estará concerteza solidária nesta conclusão que deliberei, após algumas dúzias de deslizar para a esquerda e outras quantas para a direita.

Esta estrada tem rotundas a mais...

 

Para finalizar e por estimar o meu fiel rebanho, acautelem-se porque hoje na meteorologia deu chuva de estupidez para todo o país a partir das primeiras horas da madrugada.

Amanhã durante o dia, se virem alguém a usar jardineiras com as alças caídas, não estranhem. Já sabem quem se molhou...adiante, considerem-se avisados.

escrito por centrodasmarradas às 23:33 linque da crónica
05 de Outubro de 2009

...quem corre por gosto, não anda...

 

Sirenídeos, Enguias do Congo, Anfiúmas, Salamandras Gigantes Japonesas.

Bem-vindos ao Humanário Nacional.

Estamos a sair do autocarro, vamos lá, entramos ordeiramente no edifício, vamos observar a vida humanóide como combinado e estamos a andar, estamos a andar, sigam-me por favor.

Ora aqui temos uma redoma contendo um belo espécime humano, o homem que prima pelo uso de bolsinha tiracolo, percorre o centro comercial em t-shirt mangas cavas com parte da frente em renda e estamos a andar, estamos a andar, em frente por favor.

Temos agora a redoma com o vendedor de sotaque açucarado de livros benéficos para a saúde. Evoluiu da venda porta a porta, para a venda de programa de televisão a programa de televisão e eis que estamos novamente a andar, estamos novamente a andar, por aqui.

Contemplem agora o belo exemplar de conselheiro da Presidência da República, antes muito bem visto mas posso-vos afiançar que a partir de agora que ninguém vai vê-lo em cargos ostensivos, a não ser na fuga de cargas ostensivas...(pigarreio)...e por aqui, estamos a andar por aqui, cuidado com o degrau.

Vocês não têm a noção do que está na redoma que se vos depara.

O desportista humano! Efectua o seu exercício rotineiro em estrada de alcatrão pública. É de todo em todo, um bicho peculiar.

Em detrimento da sua saúde, contudo em nome da...vida saudável, enfrenta gases tóxicos, risco de atropelamento, rapto, violação e animais selvagens como é o caso do famigerado gato-prensado-da-estrada.

E estamos novamente a andar, estamos a andar, por aqui, sigam-me para a saída.

 

...(esta visita de estudo teve ajuda à produção do molho Bechanel nº5 para arroz de frango)...

 

O casal McCann esteve cá no país depois de um largo interregno. Tudo para falar com a advogada, com o conselheiro de imagem e registar o euromilhões.

Mas não sem antes munirem-se de vários frascos de pimenta para o efeito. Não fosse um cão pisteiro notar um resquício se bem que ao de leve de cheiro a cadáver ainda proeminente. Ah! E muito perspicazes em não terem alugado o mesmo carro.

A meu ver e é só a minha opinião, a altura do regresso foi mal escolhida. O que quero dizer é que podiam cá vir no próximo ano, visitavam o Santuário de Fátima com o Papa Rammstein...perdão, Ratzinger e assim matavam dois coelhos com uma cajadada só!...("matar dois coelhos com uma cajadada só" e casal McCann na mesma frase, é como dar uma sobredosagem de um medicamento sonífero a uma criança).

 

Agora, se me dão licença, vou tentar decidir entre "Mudar de Vida" em Portugal e "Viver a Vida" no Brasil...

escrito por centrodasmarradas às 01:23 linque da crónica
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..ainda bem. Está na altura de trazer uma garrafa ...
Vinho é muito bom! concordo consigo :D
Esse reality show não teria grande sucesso, pois j...
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