30 de Dezembro de 2009

...o bom filho, à casa entorna...

 

Ora vamos lá então apostar quantos eucaliptos vão ser hoje derrubados para a estrada durante a noite, com a força do vento.

Ontem ganhei eu, hoje pode ser o mesmo a ganhar. As apostas são só em dinheiro vivo...morto, não. Deita cheiro.

 

Deu-me ainda agora a sensação de escutar o barulho de uma estatueta do Mosteiro da Batalha a rodopiar no ar...adiante.

Por falar nisso, em Itália, Berlusconi foi atacado por um indivíduo com perturbações mentais.

O Papa Benedicto XVI foi placado por uma senhora com perturbações mentais...

Eu sabia! Eu já previa que, mais tarde ou mais cedo, iria acontecer algo do género!

Eu bem aconselho os meus fiéis a ler uma crónica por dia, de modo a evitar efeitos secundários. E todos vós tendes atendido a meu pedido com fidelíssimo respeito que demonstrais de forma assídua por este vosso pastor.

Mas há sempre uma ou duas ovelhas tresmalhadas que, quando por engano entram neste espaço através de uma pesquisa relativa a horóscopos ou marradas aplicadas por variadíssimos animais, insistem em ler várias de rajada. Depois dá no que dá e acontece o que acontece...

 

A santa paciência do conclave ditou um santo sacrifício necessário. O santo escapulário vai deixar de fazer parte da santa vestimenta do santo Papa. Desta forma evita-se que para o ano haja (pela terceira vez), um novo santo arremesso perpetrado por esta senhora de instável comportamento.

Por outro lado e graças a esta senhora, sempre que vejo alguém com um cachecol caído pelos ombros, tendo a fazer a essa pessoa o mesmo que ela fez ao Papa. E agora compreendo-a. É soberbo! O que mais me motiva, é que nunca acontecem duas quedas iguais! É sempre diferente!

 

Enquanto jogava ao "peixinho" com as minhas duas personalidades alternativas, surgiu-me o mais fantástico quadro alusivo.

Não há nada mais carinhoso e engraçado, que a imagem de um petiz de doze meses rodeada de três ou quatro mulheres a balbuciarem cacofonias diversas e a quererem mastigar as bochechas do pequeno.

Não sei como, mas no dia seguinte sempre consegui ganhar destreza, coragem e desinibido, vesti-me da mesma maneira que um destes infantes. Saí à rua à procura do mesmo afecto, o mesmo carinho, na ânsia de obter o mesmo tratamento...o efeito conseguido foi totalmente o contrário. Mas que raio querem as mulheres, afinal!?

 

Bom, o ar condicionado deixou de funcionar no meu bidon. O hamster que providencia a energia para o aquecimento não quer subir para a rodinha...invocou greve. Diz que "trabalhar para aquecer os outros", acabou...receio que a partir de agora, estou por minha conta e risco.

escrito por centrodasmarradas às 17:07 linque da crónica
26 de Dezembro de 2009

...quem te alisa, teu amigo é...

 

Qual é a época do ano que religiosamente (e repito muito bem), religiosamente leva a centros comerciais, multidões unidas em grande confraternização, por vezes até num consumo orgástico, como se não houvesse amanhã!?

Quantas e quantas crianças podem dar-se ao luxo de nunca ter tido uma prenda!?

"Desculpa, mas tenho namorado" poderá ser considerado como sinónimo de doença venérea!?

 

Meus fiéis, digníssimos elementos de desvio de tráfego rodoviário, parteiras.

Hoje estou convicto que irei conseguir solucionar a dúvida que todos os anos por esta altura, ataca a mente dos adultos.

O Pai Natal existe ou não?

Não é à toa que por esse mundo fora, muitas crianças apanhem com uma bem administrada palmada por sequer torcerem o nariz a um dos eventos que mais levantamento de capital faz acontecer nas caixas multibanco. Falo-vos, claro está, do Natal.

Essas são as mesmas crianças que mais tarde transformam-se em jovens adultos, realizam todo o procedimento para contrair um empréstimo e o Banco de Portugal pensa de maneira sádica para com os seus botões de punho ouro-rosa, com motivos madrepérola:

"Olha quem é ele. O céptico menino que desencorajava os pais a fazer movimentos de conta na época natalícia. Tenho uma bela prenda para colocares no sapatinho. CHUMBADO!".

 

Por isto, peço a todos os pais que eduquem os seus filhos a não ignorar toda a carga financeira implícita nesta época consumista e que não dêem demasiado valor ao estado do crédito mal parado.

Directamente aos pais, peço para não irem desalmados a partir do dia 26, como se não houvesse amanhã, verificar o valor financeiro das prendas como muita pessoa faz ( além de ser de mau tom, revela uma profunda falta de tacto), medindo assim o valor afectivo que essa pessoa nutre por ela:

"Ofereceu-me uma jarra da loja da Dona Capitolina que custa...4,99€!?...o sovina...para o ano leva com um parzinho de peúgos já com buraco para o dedo grande, que é só para aprender a não ter medo de ficar com a conta em saldo negativo nesta altura do ano".

 

O espírito de Natal, é todo ele envolto na mística do "dar e receber", "fazer o bem sem olhar a quem". Não devemos cair na tentação de chegar ao ponto de tornar a época festiva, numa época de competição:

"Espero que te roas de ansiedade só pelo facto da minha prenda ter sido melhor que aquela que me ofereceste e que isso te consuma durante o sono até ao próximo dia 25 de Dezembro...bastardo.".

 

Em suma, abençoada a época que atravessamos mundialmente e que o Banco de Portugal também pense em atribuir indulgências, assim como o exemplo do nosso impávido e sereno Presidente da República Prof. Aníbal.

Por isso eu digo, viva o Bolo-Rei, Viva o Bolo-Raínha, viva o Vinho do Porto e viva aquele senhor que, na carruagem do Intercidades, fez com que uma senhora saísse enfurecida da nossa cabine e, só por isso, ficou lugar para se sentar uma outra com menos quarenta anos. Um grande bem-haja para ele e para todos os meus fiéis em especial, festas felizes e muito amor (saúde também, mas como o tempo está assim frio, acho que o amor vos dá mais jeito)...

escrito por centrodasmarradas às 23:57 linque da crónica
23 de Dezembro de 2009

...o degredo, é a alma do negócio...

 

Que tipo de terrorismo é de se esperar neste nosso país?

Qual seria o epicentro mais provável para um ataque?

Qual o centro nevrálgico para a prévia subtil conspiração?

Com quantos paus se faz afinal uma canoa?

 

Tive de subir a uma das serras mais conceituadas do nosso país, para encontrar o reduto do mais bem escondido terrorista português. Não foi fácil. Mas consegui. Sem mais delongas, apresento-vos o senhor Laurêncio.

- Senhor Laurêncio, já pode aparecer.

- Laurêncio d'Arrábida, se não se importa.

- Bem vindo ao nosso espaço, senhor Laurêncio d'Arrábida.

- Ora essa, o prazer é todo meu. E afinal, o espaço também é todo meu.

- Referia-me ao espaço da entrevista...

- Adiante, vamos lá a despachar com isto.

- Como descreveria a sua pessoa?

- Bom, o Laurêncio é um indivíduo sereno, gosta de todas as temporadas das "Donas de Casa Desesperadas", gosta de dar grandes passeios pela serra ao entardecer e está a tirar um curso por correspondência de culinária para solteiros.

- A sério!?

- Não.

- Senhor Laurêncio d'Arrábida, porquê enveredar pela vida do crime?

- Porque a vida do oculto soava-me mal. Na vida do crime é "faz-se e acontece", não há cá vígaros.

- Não posso deixar de lhe fazer esta pergunta. Quem é para si, o mais bem sucedido terrorista?

- Olhe e eu não posso deixar de responder a essa pergunta! Esta foi boa, não foi? Um bocado de humor para quebrar o gelo, percebe?

Bom, mais a sério, terei de apontar o exemplar serviço de dois esquilos que moram neste Pinus Pinea por cima da entrada. Muito bem organizados!

- Peço desculpa pela minha ingenuidade, mas não entendo como dois esquilos podem ser terroristas...

- Ui! Todos os dias o padeiro deixa-me o pão e um saco de tâmaras. E não há um único dia em que os consiga apanhar a surripiar-me as tâmaras! É o que lhe digo! Muito bem organizados!

- Bom, continuando. Tem alguma coisa entre mãos para breve?

- Refere-se a esta frigideira? É quase hora do almoço. Não me vai fazer a desfeita de não almoçar aqui!

- Eu queria dizer se está a dedicar-se a algum projecto.

- Ah! Sim, estou. Mas é surpresa. Afinal esta ocupação gira toda à volta do suspense.

- E não pode levantar nem um pouco a ponta do véu?

- Posso levantar. Não sei é se vai gostar, a patroa ainda não fez a depilação! Não fique com essa cara! Estou outra vez a quebrar o gelo, homem! Eu tenho um piadão, não acha?

Voltando à sua pergunta e porque engracei consigo, digo-lhe que é um musical sobre um casal que acorda de manhã e, para seu espanto, estão armadilhados com um cinto de salsichas frescas no lugar do dinamite e sacos de tâmaras no lugar dos sacos de pregos à volta da cintura. Ora isto tudo é uma tragédia sem precedentes para o casal e para o pequeno pónei que, com eles parte em demanda, em busca de uma resposta divina.

- Confesso que não é o que estava à espera, senhor Laurêncio d'Arrábida...

- Pois não! É ainda melhor! Diga-me, tirando o Filipe la Féria, quantos terroristas conhece que atacam com um musical? Vá, quantos!?

- Realmente, não conheço nenhum...

- Está a ver!? Continue a dedicar-se ás entrevistas e deixe o terrorismo comigo. Agora para o seu almoço, vai querer o seu esquilo com acompanhamento de molho de tâmara ou nem por isso?...

escrito por centrodasmarradas às 10:11 linque da crónica
19 de Dezembro de 2009

...quando a esmola é muita, o padre desconfia...

 

Bem, tive uma espécie de sortido de pesadelos num só e numa só noite, que foi uma maravilha! Melhor até que o cheiro a "hortelã" espalhado no ar livre do recinto de um festival de Verão.

Sonhei que tinham atirado um boneco caricato do Berlusconi à Catedral de Milão e com isto tinham provocado alguns lanhos na alçada principal, partido duas sinetas e que ela tinha agora dificuldades em engolir.

Outra coisa que se sucedeu nesta miscelânea cerebral de retalhos, foi o Presidente da República ter incitado os jovens portugueses a poupar dinheiro quando este, não fazia muitos dias, tinha deslocado toda a sua comitiva presidencial para um hotel de luxo, por a distância entre a Cimeira Ibero-Americana e o Palácio de Belém ser, vá lá...muito longe...a pé.

Depois os meus neurónios dedicaram um especial sobre a situação cataclísmica da Cimeira de Copenhaga. Não é que "a montanha iria parir um rato" no final de duas semanas de lazer...perdão, trabalho, árduo e profícuo trabalho e horas de reuniões privadas até ás primeiras horas da madrugada, todos os dias!? Tudo em prol do...do...(esta minha cabeça)...aquela coisa inconveniente que é como uma farpa de madeira incómoda na derme dos negócios dos países desenvolvidos...é o...o...(ambientador de casa de banho, não, quem disse isso!? Isso é ridículo)...AMBIENTE! ISSO! AMBIENTE! Rói-te de inveja, Alzheimer!

Não acabei a noite sem antes, como se não bastasse, sonhar com a utopia de que a Assembleia da República tinha-se tornado por momentos, num parque de recreio de um qualquer jardim de infância, em que os deputados injuriavam-se mutuamente através do arremesso acutilante de profissões sérias e nobres, como por exemplo, palhaço.

Por um pouco disto e menos alguma coisa, depois de correr atrás de um rebanho, qual cão pastor escocês mordiscando os tornozelos a uma ou outra ovelha, dei por mim parado a duvidar da sanidade do pastor. Decidi então correr atrás dele colina acima e morder o sacrista. De repente, acordei com uma dentada marcada no pulso...e doía mais que ver um homem levar um pontapé nos tintins.

 

Ainda bem que isto tudo não passou de um pesadelo e que o país não é nada como o meu pesadelo o pintou! Onde já se viu um país governar-se no meio de tanto disparate!?

Já agora, vão-me dizer o quê!?

Que o Lopes da Mota só apanhou trinta dias de suspensão por ter feito pressão no processo "porto livre"!? Sinceramente meus fiéis, por favor!

Mais o quê? Que em Portugal se sentiu um abalo sísmico!?

Haja um pouco de seriedade!

O máximo que pode ter acontecido, foi o resultado expectável da porcaria do elefante do hipermercado, estar sempre a bater com a pata quando canta!...

escrito por centrodasmarradas às 22:24 linque da crónica
17 de Dezembro de 2009

...o hálito, não faz o monge...

 

O que estará na essência de uma bebida espiritual, para que o ritual de ebriedade seja de uma forma geral, repetido ao longo da vida ou até não se poder mais?

O que se esconderá para lá da publicidade bem conseguida e imaginativa?

Quais as probabilidades de sucesso de, a partir de agora, conseguir entregar uma recordação a Berlusconi?...

 

Tão inacreditável como ver um grupo de pinguins arrepender-se logo a seguir à entrada na água gelada e voltar para a costa quando leva com uma brutal onda (qual humano que molha o dedo do pé na água fria do mar e sente um calafrio subir pelo corpo todo), é o facto de me ter deslocado à Herdade do Vinho Limpo e Bebida Amparo a fim de entender o porquê de tal relação amor/ódio que temos com o néctar dos deuses.

 

Sobre o signo "Quo Vino?", encontro-me numa cuba de fermentação de vinho, ladeado pelo não menos inimputável Eng. Agrónomo Bagão Videira, enólogo de profissão...

- Não senhor, de profissão não. Enólogo de ocupação e provador de bebidas alcoólicas em regime de tempos livres e lazer. É preciso reconhecer a diferença.

- São ainda oito da manhã e o Eng. já se encontra assim nesse estado!?

- Assim como? Com as pernas das calças arregaçadas!?

- Refiro-me a estar já alcoolizado!

- Calma! Eu não bebi isto tudo hoje! Hoje ainda só provei um bocadinho.

- E chegou ao fundo da cuba como?

- Com uma palhinha. Comecei esta demanda já vai para mais de dois meses e devo dizer que é um enorme feito para um só homem, ao qual não posso deixar de me sentir um pouco inchado...

- De orgulho, suponho.

- Não, de vinho. Só tenho parado para dormir umas horas, por vezes guergojitar e trincar qualquer coisa logo a seguir.

- E trinca o quê? Que cuidados tem com a alimentação?

- Tenho basicamente o cuidado de molhar o pão no vinho. Desta forma subtil, o pão não arranha a garganta.

- O que me está a dizer é que não tem uma alimentação variada.

- Costumo variar, sim senhor. Como uma tigelada de vinho com pão, bebo vinho sem acompanhamento, refresco de vinho...uma vez experimentei molhar o pão no vinho, mas achei monótono.

- Assim como a sua alimentação.

- Permita-me discordar. Tenho variado de tempos a tempos. Aliás, pensando nisso, todo o processo começa a parecer-me algo rotineiro. Pão, vinho, pão, vinho, pão, vinho...

- Pois, dessa maneira não vai longe.

- Não creio. Não quando agora tenho o dobro das hipóteses de subir.

- Como assim!? Subir na carreira ou em reconhecimento!?

- Nada disso, homem! Duas escadas, dois cavalheiros para me apoiarem na subida...

escrito por centrodasmarradas às 01:18 linque da crónica
11 de Dezembro de 2009

...vozes de burro, não chegam ao léu...

 

Numa altura como esta em que as minhas orelhas servem de medidor da intensidade do frio, torna-se mais difícil ter uma leitura fidedigna quando estas estão cobertas pelos lençóis.

 

Fontes termais não minerais informaram-me que este ano aumentou o atrito entre a Rena (um dos símbolos natalícios mais pachorrentos, mas com um poder de coice e um feitio de meter inveja a Hugo Chávez), e o Gabinete Para os Assuntos da Imagem da Época.

Foi por esse motivo que acicatei o meu par de Pinguins de Magalhães rumo à Península Fino-Escandinava, mais propriamente num pinhal situado a Norte de Helsínquia, onde decorre esta semana uma manifestação ao mesmo tempo que se realiza o XXVIII Congresso das Renas Unidas.

Resolvi deixar de usar o tempo para estar em cima da hora e dedicar-me ao esclarecimento da razão de ser deste acontecimento. Para isso, contactei quem melhor entende de Renas, ou seja, a própria. Tenho comigo Alves, A Rena, 7º Presidente da Associação Rena - Por Condições e Um Futuro Melhor ou Então um Fardo de Palha Mais Aceitável.

- Sr. Alves, muito prazer e obrigado por ter aceite o nosso convite.

- Oga essa, obguigado fui eu pugue não guestaguem outgas altegnativas. Aliás, faço tudo paga azucguinague o gaio do velho. E se estague aqui significa não estague a tgueinague, melhogue!

- Tgueinague, perdão...(pigarreio)...treinar para quê!?

- Oga essa! A guegande noite!

Pegcoguêgue todos os países, visitague milhões de casas onde mogam cguianças que espegam pelas desejadas pguendas tem o seu guitmo, o seu tempo! Digo-lhe, não é pêga doce...

- Perdão!??

- Não é fácil, quego dizêgue.

- Muito bem, mas vamos directos ao busílis da questão. Qual a razão desta manifestação?

- Olhe, pugue um lado, eu admito que antes eu ega uma Guena fugagida, ilegal e sim senhogue, o Gabinete Paga os Assuntos da Imagem da Época acolheu-me. Estou muito guegato pugue isso e tal, tudo muito bonito.

Pugue outgo lado, os tempos mudagam! Houve uma guegande vigavolta nos pguincipais peguincípios da Guena tgabalhadoga.

O tgabalho pguemanece pguecáguio, todo o pegucesso está pagado ou tuguenou-se vagagoso, há negociações pagalelas entgue o Gabinete Paga os Assuntos da Imagem da Época e os Pais Natal pugue todo o mundo, sem dágue uma palavga de gueconhecimento a nós! É no mínimo, vegunhoso!

- E é isso que o Gabinete Para os Assuntos da Imagem da Época não quer reconhecer?

- Clago que não quégue! Já imaginou o pguejuízo que isso iguía acaguetágue!? Segundo o último comunicado, estes gueclamam que os cáguegos financeigos seguiam insupogtáveis! Oga isso não é vegdade! Isso é puga mentiga!

- O que pretende fazer a Associação Rena - Por Condições e Um Futuro Melhor Ou então Um Fardo de Palha Mais Aceitável?

- Pguimeigo, os hogáguios. Isto não é chegágue e "emboga fazêgue isto tudo numa só noite". Basta!

Segundo, o pgublema de guemunegação. como paga dos segviços pguestados, são sempgue uns fagapos de palha depois de milhas aégueas ao fguio, a apanhágue bandos de patos bgavos, gansos, boeings e aegbus...sem falague dos poços de águe!

Em tgueceigo, gueinvindicamos a guefogma aos quatgo anos de segviço.

- E nunca houve entendimento de parte a parte?

- Nada...

 

Para isso mesmo e, meus fiéis, porque assim vos obrigo, tenho comigo como não podia deixar de ser, o representante do Gabinete Para os Assuntos da Imagem da Época, o Sr. do Ênde.

- Sr. do Ênde, muito obrigado desde já pela sua presença que espero ser esclarecedora. O que tem a dizer sobre o que foi referido até aqui?

- Era um parauéuo nos teus cornos, espécie de veado uariuas!!

- Laguilas és tu! Segvente! Escgavo! Cguiado! Falso!

- Meus senhores, vamos pôr um ponto de ordem na mesa de debate, por favor!

- Eu pônho-lhe mas é a uíngua numa uâmina, camêuo das neves perpétuas com uâmpada!

- É o senhogue teu pai, boneco da legolândia!

- Boneco da uegouândia, é o par de ornamentos que tens na testa!

- Isto é um pgoblema hogmonal e tu sabes! Bguto insensível!

- Olha, uindo serviço! Agora chora...uingrinhas!

- (choro histérico) Cagáça de pêlo de ugso!

- Tem pêuo, tem!

 

Bom, interrompo aqui o debate que correu melhor que o expectável.

Para a semana, o aguardado campeonato de "estala-enerva" entre duas Preguiças de Três Dedos.

escrito por centrodasmarradas às 22:38 linque da crónica
08 de Dezembro de 2009

...quando a cabeça não tem juízo, o gordo é que paga...

 

Sofredores de cólicas matinais, dependentes de ansiedade crepuscular, girassóis.

Eu, como é apanágio nas minhas idas à rua em passeio, não prescindo da minha cama com rodas nestas andanças vespertinas.

A G.N.R. não me mandou parar talvez intimidada pelo ostentoso capacete de viking, portentoso escudo erguido no antebraço e música de Wagner...talvez tenha sido isso...

 

O que fazer quando luzes se dirigem para nós e temos de ter mais poder de reacção, que um coelho no meio do asfalto?

Inspirado num acontecimento recente e fazendo tudo para não roçar o abutre plagiador, resolvi fazer o bem pela nossa sociedade de transeuntes, submetendo a minha meditação a exercícios físicos madrugadores no exterior.

Como sabem, só aceito a orientação de alguém com mais formação que o padeiro das cinco da manhã (que é um bocado rato porque os pães estão cada vez mais pequenos), e o que de melhor existe em formação intensiva.

Para o efeito, desdobrei-me em tentativas de contacto com o faroleiro do mais velho farol construído para esse fim, mandado erigir na barra do Porto pelo bispo D. Miguel da Silva, algures nos começos do séc. XVII.

Disseram-me que o faroleiro já tinha morrido e que, mesmo assim, não estava disponível. Totalmente inoportuno, devo acrescentar.

Esgotada a hipótese de ter o melhor dos melhores esquivadores ao poder das luzes, decidi-me pela segunda escolha (o próprio espírito do bispo D. Miguel da Silva), que recusou quando soube que era a segunda escolha...gentinha mais sensível...

O terceiro potencial orientador estava numa feira erótica com o quarto, o quinto, o sexto...até ao vigésimo, vá lá...(suspiro)...

De todas as individualidades credíveis que poderiam de facto fazer a diferença, restou-me o mui líder militar General Morteira Suplício, reformado de 86 anos de idade, veterano de guerra pelo exército e que ter-me-ia levado a melhor na sua fuga, não fosse eu ter antecipado a sua jogada e estar neste momento sentado na sua cadeira de rodas.

- General Morteira Suplício, sinto-me honrado.

- Espero que a cadeira esteja confortável!

- Então, General!? Olhe a postura.

- Postura!? Qual postura? Estou deitado no soalho frio, de barriga para baixo, desde que me atirou da cadeira!

- Isso é irrelevante. Os fins justificam os meios. Sem sacrifício, não há vitória, sem...

- Sem paciência nem idade para isto!!

- Mau! Olhe que eu piso-lhe a algália!

- Que raio quer de mim, afinal!?

- Ainda bem que finalmente pergunta. General Morteira Suplício, o que fazer quando as luzes se viram para nós e temos de ter mais poder de reacção que um coelho no meio do asfalto?

- O quê!?...Não sei!...

- Ora General, então? Consegue fazer melhor que isso! Afinal, o General foi um "rato do capim" em Angola.

- Guiné-Bissau!! Eu estive na Guiné-Bissau, homem!!

- E não havia capim na Guiné?

- Claro que havia capim!

- Então agradeço-lhe que não me volte a interromper com pormenores patéticos e responda à pergunta, ou piso-lhe ternamente o saquinho da urina até ficar com uma bexiga de seis meses.

- Deve desviar-se! O homem deve desviar-se, com a breca!

- Supondo que o homem vai de costas para as luzes?

- Eu juro que...

- Supondo que o homem vai inserido num pelotão. Isso constitui um problema?

- Enfermeira!!

- Bom, a hora da visita parece finda e eu também dou por concluído o inquérito. Vou deixar o General descansar e recuperar. Sinta-se livre de subir novamente para a cadeira assim que quiser, General...

escrito por centrodasmarradas às 15:57 linque da crónica
07 de Dezembro de 2009

...dos frangos, não reza a história...

 

Se eu arfar com perseverança, contribuirá isso para aquecer o clima do ambiente que me rodeia?

De que serve tilintar os dentes ou sentir hipotermia?

Porque razão são os dias mais pequenos da parte da tarde?

O lençol polar é originário do Ártico ou do Antárctico?

 

Os pequeninos de hoje em dia, não sabem a sorte que têm.

Eu ainda tenho presente nas minhas lembranças de pequeno que, sempre que havia um problema na emissão diária da televisão, colocavam no ar um bloco de imagens da Estufa Fria no Inverno. Imagens bacocas, deprimentes, taciturnas e desprovidas de cor. E esse último facto sublinhava ainda mais a cru toda aquela ironia sádica e a minha frustração por haver em casa uma única televisão a preto e branco.

Haveria alguma razão em particular para eu ainda não ter acesso a imagens cinzentas numa televisão a cores!? Quase conseguia sentir o fel e o tom jocoso de um roda-pé televisivo:

"Não se passa nada com o seu decadente receptor de imagem. Estas imagens tristes e pesadas, como uma nutritiva pratada de feijoada à transmontana que se come antes de deitar, são indubitavelmente monocromáticas, pelo facto, somos de todo alheios por estar a sentir-se ainda mais injustiçado por vê-las ainda numa televisão a preto e branco."...

 

Sejamos sinceros, com a breca! O frio não dá jeito nenhum!

A não ser para quem é proprietário de uma pista de hóquei em gelo, uma venda de gelados ou, como é o meu caso, de dois exemplares do belo Pinguim de Magalhães (com chip, por ser uma raça considerada imprevisível). Fora isso, era evitável.

Foi por isso que, após uma chaleira de chá verde, duas idas à casa de banho por cada chávena e um par de solas de sapato, decidi fazer uma espera este Inverno ao...ao Inverno. Os Pinguins, resolvo mais tarde.

 

Apesar de todo este abuso ser do conhecimento geral, ou este conhecimento ser do abuso geral, vou falar de abuso de natureza sexual.

Eu não acho nada bem andarem constantemente a violar o segredo de justiça.

Neste caso, diga-se sem surpresa, tenho assistido constantemente à impugnação dos violadores.

 

Já que estamos aqui neste momento tão alto e íngreme, aproveito para dar conhecimento que a telenovela do processo Casa Pia, vai finalmente chegar a um fim.

O culminar de todo o imbróglio será com uma incursão à magnânima Fenda da Tundavala. A todos os envolvidos será feita a pergunta "se estiver inocente e sem peso na consciência, dê um passo em frente".

Ganha quem se declarar culpado.

 

E agora, em directo e a cores, a minha primeira tentativa de um mortal encarpado com queda facial...

escrito por centrodasmarradas às 11:41 linque da crónica
03 de Dezembro de 2009

...cá se fazem, cá se estragam...

 

Meus distintos fiéis.

Constou-me que por aí, certas vozes em surdina referem, que neste centro não há momentos culturais suficientes.

Valendo-me da imunidade que este brasonado espaço me concede, resolvi não recorrer ao contraditório, mas sim organizar uma busca e perseguir esses bastardos. Dão-se também alvíssaras a quem delactar o maior número dessas...criaturas abjectas.

 

Por enquanto e enquanto não chegam boas novas da captura que julgo eminente, vou defender a castidade nívea deste shangri-lá do conhecimento com mais uma grande entrevista a um contemporâneo vulto da nossa sociedade.

Tenho diante de mim nesta jangada salva-vidas, nada mais, nada menos, senão o inigualável Prof. Dr. Abílio Silvio, pretendente ao estatuto de escritor/historiador/antropólogo doméstico.

- Prof. Dr. Abílio Silvio...

- Pode tratar-me só por Prof. Dr., aliás são os meus dois primeiros nomes como pode constatar neste cartão de débito.

- Certo...Prof. Dr., fale-me do seu percurso.

- Bom, eu costumo andar de cacilheiro, mas o meu sonho sempre foi nadar com os golfinhos. Ora isto levou a que voluntaria e impulsivamente, me atirasse e me juntasse a um grupo destes delfinídeos. Uma coisa leva a outra e até atirarem-me a jangada em que nos encontramos, foi o tempo que leva a desaparecer o dinheiro de um banco privado português.

- Muito bem Prof. Dr., é sempre bom partilhar momentos da nossa vida e lutar por aquilo que nos faz ir mais além, mas eu referia-me mais ao percurso profissional que fez até aqui.

- Ah, bom! Nesse caso respondo-lhe que a criação do meu livro tem ocupado nestes últimos anos grande parte do meu tempo, aliás devo informar em primeira mão que sairá muito em breve.

- Folgo em saber! Isso é bastante positivo para o Prof. Dr.! De que trata o livro?

- Ainda só passei o título para o papel...

- Como assim!? Disse que sairá em breve!

- E sairá! Da minha cabeça, quero dizer.

- (bonito) E o título é?...

- Quim.

- E trata de?...

- Passa-se na altura da Idade Média. É uma história empolgante de amor, ódio, raiva, homicídio! Tudo gira em torno de um pobre agricultor chamado Quim que vê a sua devoção e a de seu irmão Adel que cuida de gado, serem postas à prova pelo seu senhor feudal. Desde o início, Quim repara que o feudalista prefere a entrega do irmão e no fim, o que posso adiantar, é que vai haver sangue, suor e lágrimas!

- Parece-me mais uma adaptação da história da Bíblia...diga-me Prof. Dr. ...Deus, Velho Testamento, Génesis, Caim matar Abel por raiva e ciúmes, isso diz-lhe alguma coisa?

- Nunca ouvi falar.

- Estou a ver...Prof. Dr., uma última pergunta. Qual a distância entre Cacilhas e o Cais do Sodré?

- Bem, assim de repente...Espere! O que está a fazer!? Mas...

 

Caros fiéis, enquanto o inigualável Prof. Dr. Abílio Silvio, pretendente ao estatuto de escritor/historiador/antropólogo doméstico percorre a distância de dois quilómetros entre as duas margens, com ou sem ajuda dos golfinhos, eu vou aproveitar para ir até casa com esta jangada salva-vidas, pela qual começo a nutrir uma certa afeição...é extremamente confortável.

escrito por centrodasmarradas às 23:47 linque da crónica
01 de Dezembro de 2009

...água mole em pedra fura, tanto dá até que dura...

 

Quando entornamos qualquer coisa para cima da roupa que trazemos, será preferível limpar a mancha com um pano seco em movimentos circulares, ou fazer o mesmo ás pessoas que nos ladeiam, de modo a que a sala fique mais homogénea?

E se alguém oferecer um doce de chocolate com marca de fralda a um idoso, estará a chamar-lhe de incontinente!?...

 

Dúvidas tivesse, esvaneceram-se logo após começar a projectar o outdoor visionário que no início de Agosto do próximo ano, irei colocar num sítio estratégico com uma contagem decrescente e uma frase, com potência suficientemente capaz de lançar o caos e pânico na sociedade:

FALTAM 147 DIAS PARA O NATAL ! ! !

 

Para me acalmar, peguei num lápis e num bloco de notas e fui para o rio observar as pessoas e quantas hipóteses de contágio de gripe A conseguia identificar...nada surtiu efeito.

É impressão minha ou, se o Pai Natal passasse a ser substituído por um hipopótamo, um elefante ou uma avestruz, ninguém iria notar!?

Vivem-se tempos de claro desdém e total indiferença! O Pai Natal está velho e caduco, é certo. E não admira que não tenha ficado indignado com esta situação.

Mas nós todos representamos a durabilidade da tradição, os defensores da continuidade do fato vermelho 70% acrílico/30% algodão, da barba postiça...ou não!

Muitos já começam a tê-la verdadeira.

Oito em cada dez já obtiveram a pilosidade irritantemente semelhante a uma barba postiça das mais trabalhadas e mais caras...mas em real. Acreditem, eu sei! De cada vez que puxo uma para desmascarar um hipotético impostor e se a barba é verdadeira, vejo-me de repente a imitar o Obikwelu a fugir de um Pai Natal vermelho de raiva, literalmente com espuma nos cantos da boca.

Mas a vida na selva urbana é assim mesmo.

Há riscos aos quais não posso estar alheio e se quero continuar a ter a devoção dos meus fiéis, tenho de dar o exemplo.

Somos um povo de brandas atitudes e de brandas contestações.

Para contrariar esta natureza genética, sacrifico-me nesta época natalícia que se aproxima para partir em demanda, a fim de caçar pretensos Pais Natal, quer estejam sobre a alçada das superfícies comerciais, quer estejam naquelas escadas feitas de corda a subir para as varandas.

Há quem se dedique a falsos duendes, falsas renas, falsos bonecos de neve, tenho conhecimento inclusive de casos de pessoas que se dedicam a falsas árvores de Natal!

 

Mais engraçado que encontrar num pires de azeitonas uma delas a mexer, é o momento "Lançamento da Piada Sem Futuro".

Estão prontos?

Qual a razão do Caicedo ter aquele nome? Tem aquele nome porque nasceu de parto prematuro!...

escrito por centrodasmarradas às 11:22 linque da crónica
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