...água mole em pedra fura, tanto dá até que dura...
Quando entornamos qualquer coisa para cima da roupa que trazemos, será preferível limpar a mancha com um pano seco em movimentos circulares, ou fazer o mesmo ás pessoas que nos ladeiam, de modo a que a sala fique mais homogénea?
E se alguém oferecer um doce de chocolate com marca de fralda a um idoso, estará a chamar-lhe de incontinente!?...
Dúvidas tivesse, esvaneceram-se logo após começar a projectar o outdoor visionário que no início de Agosto do próximo ano, irei colocar num sítio estratégico com uma contagem decrescente e uma frase, com potência suficientemente capaz de lançar o caos e pânico na sociedade:
FALTAM 147 DIAS PARA O NATAL ! ! !
Para me acalmar, peguei num lápis e num bloco de notas e fui para o rio observar as pessoas e quantas hipóteses de contágio de gripe A conseguia identificar...nada surtiu efeito.
É impressão minha ou, se o Pai Natal passasse a ser substituído por um hipopótamo, um elefante ou uma avestruz, ninguém iria notar!?
Vivem-se tempos de claro desdém e total indiferença! O Pai Natal está velho e caduco, é certo. E não admira que não tenha ficado indignado com esta situação.
Mas nós todos representamos a durabilidade da tradição, os defensores da continuidade do fato vermelho 70% acrílico/30% algodão, da barba postiça...ou não!
Muitos já começam a tê-la verdadeira.
Oito em cada dez já obtiveram a pilosidade irritantemente semelhante a uma barba postiça das mais trabalhadas e mais caras...mas em real. Acreditem, eu sei! De cada vez que puxo uma para desmascarar um hipotético impostor e se a barba é verdadeira, vejo-me de repente a imitar o Obikwelu a fugir de um Pai Natal vermelho de raiva, literalmente com espuma nos cantos da boca.
Mas a vida na selva urbana é assim mesmo.
Há riscos aos quais não posso estar alheio e se quero continuar a ter a devoção dos meus fiéis, tenho de dar o exemplo.
Somos um povo de brandas atitudes e de brandas contestações.
Para contrariar esta natureza genética, sacrifico-me nesta época natalícia que se aproxima para partir em demanda, a fim de caçar pretensos Pais Natal, quer estejam sobre a alçada das superfícies comerciais, quer estejam naquelas escadas feitas de corda a subir para as varandas.
Há quem se dedique a falsos duendes, falsas renas, falsos bonecos de neve, tenho conhecimento inclusive de casos de pessoas que se dedicam a falsas árvores de Natal!
Mais engraçado que encontrar num pires de azeitonas uma delas a mexer, é o momento "Lançamento da Piada Sem Futuro".
Estão prontos?
Qual a razão do Caicedo ter aquele nome? Tem aquele nome porque nasceu de parto prematuro!...