30 de Abril de 2010

...as altitudes, ficam para quem as toma...

 

As reguadas da minha atraente professora da escola primária...foi há coisa de vinte e oito anos, mas permanece como uma recordação bem viva em mim...(suspiro)...adiante.

 

Nos avisos de como uma pessoa deve proceder se ocorrer um sismo, lê-se:

"MANTENHA-SE CALMO E NÃO GRITE".

Fiquei na dúvida e, das duas uma. Ou estão com medo da possibilidade de eu assustar o sismo, ou então têm receio que a vibração provocada pelo grito, seja maior que a do sismo...

 

Como costumo fazer grandes meditações complexas para o comum meditador, surgiu-me a hipótese de como já vem sendo hábito, elaborar com minúcia uma situação hipotética da maior coerência possível.

A escolha do nome que vai servir de nossa identificação durante toda a vida é, sem sombra de dúvidas, a nossa primeira contrariedade.

Na atribuição de nomes, há quem escolha um nome de dentro do seio familiar, há quem se sinta tentado a homenagear alguém que nunca viu na vida (algo que naquele momento até pareceu ser uma decisão lógica, porém no futuro traz complicações a quem fica com um nome indesejável), há também alturas em que pensamos se não há por aí uma senhora que queira mudar o nome de "Obreira" para "Latrina"...

Muitos de nós já pensou pelo menos uma vez na vida em querer mudar de nome. Se não pensou, teve tentação para isso, nem que temporariamente. Mudar de nome, a mim, ter-me-ia dado muito jeito quando resolvi pegar numa tesoura e decidi ser barbeiro e cliente num só. Ficou um corte...progressista).

Os nomes, meus fiéis, são o que nos distingue na multidão. Chama-se "António!" e olham vinte. Chama-se "José!" olham cem. Chama-se por "Florêncio!" e riem-se todos. Existem outros nomes que não faz lembrar a prostituta da sapatilha, nem mesmo os pais do Demónio, mas são totalmente irrelevantes para o desenrolar desta dissertação.

Este encerramento de parágrafo, permite-me ir já de olhos vendados para o próximo tópico que são os nomes feios. Há já algumas décadas que nomes impróprios vêm a ser utilizados em acertos de opinião. Há que ser ágil a escolher o nome feio que se quer chamar e principalmente, não mostrar parte fraca. Normalmente ganha quem tiver rapidez de raciocínio ou poder de criatividade. Nunca se viu no trânsito ou numa caixa de hipermercado, uma discussão acesa que terminasse com alguém a exclamar "não me chame aquilo que penso que vai-me chamar, porque decerto não acerta!". Perdia toda a arte romântica do lançamento do impropério ou da calúnia. Perdia o sentido que há em chamar nomes feios a alguém.

 

Para que esta crónica surreal acabe com o mesmo ponto ilógico de compreensão  com que começou, contando pelos dedos de um qualquer Lémur de Cauda Anelada que se deixe surpreender, fez no dia 15, precisamente no dia 15, noventa e oito anos (adoro escrever por extenso, é mais pseudo-intelectual), que o RMS Titanic colidiu com um iceberg no Atlântico Norte. Com esta fantástica efeméride que tanto faz lembrar o Verão pelo gelo envolvido, como também faz lembrar a chuva por toda a água envolvida na operação, despeço-me com um aconchego da roupa da cama e um beijinho na testa...

escrito por centrodasmarradas às 02:25 linque da crónica
29 de Abril de 2010

...mal por mal, antes na cadeira que no hospital...

 

Hoje o dia está claro, o sol apresenta-se pela direita e a sua abordagem ao solo prevê-se para as 20h30m.

Não há nada, mas mesmo nada como ser o centro das atenções e, ao fim e ao cabo, esta resultar numa boa experiência e algo a repetir. Por outro lado, temos os traumas de infância resultantes numa espécie de fobia, que nos atormenta na idade adulta.

Qual a razão ou razões para a qual não conseguimos quebrar a ligação com  algo tão constrangedor como por exemplo, os alunos mais velhos na escola terem-me...terem puxado as calças de fato de treino para baixo a um amigo meu, quando eu...quando este estava em pleno intervalo, no pátio da escola e à frente de todos aqueles que se preparavam para entrar nas salas de aula?

Qual o motivo cabal para deixar perpetuar na nossa memória intemporal, situações como metermos-nos com alguém no trânsito, que afinal, é maior do que nós?

Haverá alguma explicação lógica para o facto de eu ter colocado os pés no rio, ainda com as meias calçadas!?

 

Assim como uma artista pode ver toda a sua autoconfiança posta em causa por ter tropeçado e caído no decorrer de um concerto, também estas dúvidas que me tomaram de assalto requeriam uma meditação mais cuidada. Não olhei a esforços e fui percorrer as minhas próprias memórias e ao fim de três idas à casa de banho, seis garrafas de água das pedras, uma garrafa de aguardente e duas aspirinas (não por esta ordem), encontrei a memória que me fez eventualmente um dia, ser de maneira indesejável o centro das atenções.

Remontando à época do meu 2º Ciclo, ainda trago comigo bem viva a gargalhada de que era alvo sempre que trazia uns calções de desporto como equipamento para a aula de Educação Física.

- Andaste a lavar as pernas com lixívia!?

Que resposta merecida devemos dar a uma pergunta que ofende e magoa a memória do criador do líquido!?

Claude Louis Berthollet (9 Dez 1748 - 6 Nov 1822), que descobriu as propriedades descolorantes do cloro, jamais terá imaginado um dia ou lhe terá passado sequer pela cabeça, tamanho disparate pegado.

Só uma pessoa que tenha feito uma almofada em fada-do-lar (pelo menos uma vez), é que pode acreditar ser possível retirar cor ás pernas, recorrendo ao poder da lixívia. Como diria o sub-intendente Costa Ramos da autoridade, ao deparar-se com uma situação deste calibre, "é humanamente impossível".

 

...(provocar irritação de pele, queimar e abrir úlceras na pele, ainda vá que não vá...retirar cor, santa paciência, eu não acredito)...

escrito por centrodasmarradas às 10:51 linque da crónica
28 de Abril de 2010

...quem anda à chula, molha-se...

 

Hoje vou-vos contar a comovente história do Paulinho. Um animal que preferia ser o seu próprio bichinho de estimação...

Estou a brincar, não vou nada! Mas assustei-vos por um instante, não foi!? Vá lá, não sejam ridículos! Parem de rebolar três vezes para a esquerda, uma para a direita como os jogadores de futebol que levam uma sarrafada numa perna e queixam-se da outra.

 

A difícil arte de bem improvisar exige do putativo candidato, desembaraço, muita prática e requer um extraordinário contínuo poder de concentração.

Quando se faz asneirada da grossa, costuma passar na nossa mente (habitualmente num espaço compreendido de poucos segundos), uma lista em modo de ficha técnica como se de um filme se tratasse. Nessa lista constam as melhores justificações que nos parecem ser as mais plausíveis e as mais coerentes, dignas de suavizar a nossa incompet...a nossa falta momentânea para tomar a decisão correcta.

Por exemplo, no meu tempo de infante, a primeira desculpa que me saiu foi "não fui eu". E resultou! Pelo menos, as primeiras dez vezes resultaram, depois foi o descrédito. Aprendi uma valiosa lição para toda a vida...nunca utilizar a mesma desculpa num curto espaço de tempo. Convém intercalar com outras do mesmo grau de importância e porquê, perguntam os que estão neste momento a retirar minuciosamente do calçado, o dejecto que foi largado no passeio pelo Paulinho. Eu passo a explicar com um exemplo do que não se deve fazer. Foi em estado R.E.M. que me surgiu o décimo oitavo melhor exemplo de improvisar de forma vergonhosa e amadora.

Para melhor perceberem, poderia imaginar um cenário hipotético. Mas não me apetece e o orçamento que me disponibilizam para cenários é cada vez mais diminuto que nem chega para as bandas sonoras, quanto mais para efeitos especiais (como o efeito de névoa que fica sempre bem no início de cada cenário hipotético que faço).

Tenham em conta um exemplo recente. Um cardeal de vestes púrpuras (vou-lhe dar o nome fictício de Tarcísio Bertone com o intuito de proteger a sua verdadeira identidade), não pode desculpar a pedofilia como sendo uma coisa própria da homossexualidade, quando no seio da Igreja existem padres que abusaram e/ou abusam de meninos de coro.

Reparem, este cardeal (a que dei o nome fictício de Tarcísio Bertone com o intuito de proteger a sua verdadeira identidade), tomando a decisão precipitada de jogar a cartada "tapar o sol com a peneira" para evitar que a já frágil situação eclesiástica acabasse caída por terra, desencadeia um resultado naturalmente igual a deixar um rato solto numa loja de peças de cristal, sem tirar primeiro o elefante do seu interior...

Será possível evitar esta situação constrangedora!? É possível.

Tanto assim é, que foi sobre o efeito de muita cafeína, um mapa das instalações do Vaticano (que adquiri perto da Basílica de S. Pedro pelo preço de 10€) e munido apenas de um castiçal em casquinha, que cheguei a vislumbrar um documento escondido numa das gavetas da mesinha de cabeceira do Papa. Os representantes católicos terão já um plano muito bem arquitectado para futuras situações de pânico instalado. Todos os padres que divaguem de maneira ilógica perante um ou mais microfones, serão alvo da "Imaculada Zarabatana do Sumo-Pontífice". De salientar que o dardo tranquilizante disparado, está impregnado com a saliva do famigerado padre Frederico...

escrito por centrodasmarradas às 09:26 linque da crónica
27 de Abril de 2010

...amigos, amigos, negócios à arte...

 

Qual o intuito criativo expresso nos nomes das operações policiais?

Existirá um gabinete próprio com agentes, cuja especialidade única seja a de criar um nome que faça todo o sentido, consoante a operação a desencadear?

Se não respeitar um sinal vermelho, quais as probabilidades de embater numa viatura do Estado?

 

Aproveitando uma rusga em bairro alheio, decidi apelar à minha sequiosa curiosidade e questionar as autoridades, de maneira a satisfazer o conhecimento.

Dentro do espírito que me rodeava, resolvi munir-me de caçadeira, botas de cano alto e de sola vistosa, blusão preto de pele de carneiro e uma cartucheira a tira-colo.

Apesar de todo o meu esforço inglório demonstrado nesta primeira tentativa de bem misturar-me e ser aceite entre os demais, a abordagem revelou não ser a mais correcta e acabei no chão, todo eu espasmos musculares, devido a uma valente descarga eléctrica de 400.000 volts.

Já recuperado, a segunda tentativa garantiu o resultado oposto (disfarçado de colaboradora de empresa de limpeza ao domicílio, com o respectivo carrinho e líquidos diversos).

Segundo o que consegui apurar na conversa com um binómio à entrada do bairro, a operação tinha como nome "OPERAÇÃO C'UM FILHO DA MÃE" e tratava-se da captura de uma voz hostil, que se insurgia ultimamente de forma descarada contra certos elementos da magistratura portuguesa. Mais tarde, lá o vimos descer do prédio, amordaçado e com um capuz preto, sem oferecer resistência muito graças à descarga eléctrica anteriormente administrada pelos seus captores, levando estes consigo uma pá e um balde contendo soda cáustica. Indaguei ao elemento quadrúpede do binómio (muito mais cooperante, comunicativo e de resposta clara), qual a finalidade de tais utensílios ao que a resposta foi "au-au-uof-auf". Eu devo confessar que, algures, sinto que as nossas opiniões se encontram, tal o poder expressivo e simpatia que este elemento deixa transparecer.

Com o processo dado por terminado, agi em conformidade e resolvi dar por concluída a minha actuação porque, se dedicasse mais tempo a observar aquele espectáculo de acção, luz e cor, das duas uma, ou ia haver lágrima, ou as meias de vidro iriam decerto desmascarar-me. Por fim, despedi-me do elemento bípede com um "coça-coça" atrás da orelha e uma palmadita gentil no lombo. Com o elemento quadrúpede de sexo feminino, ficou combinado um jantar numa casa de sopas e uma ida a um concerto da Ana Free, óptimo para uivar à desgarrada...

escrito por centrodasmarradas às 20:30 linque da crónica
12 de Abril de 2010

...quem não arrisca, não mordisca...

 

O buraco...

Que segredos encerra no seu espaço?

Que perigos esconde no negrume?

Qual a profundidade de um buraco negro, em comparação com o buraco de certas Câmaras Municipais de Portugal?

 

No meio de todas estas dúvidas que podem de facto, mudar o rumo de uma garrafa de vidro na corrente do mar, acedi ao convite feito pela Associação Buracos de Orçamentos de Obras Públicas e Privadas, Furos e Porque Não, de Afins Também.

Três buracos que representaram obra distinta, estão presentes para uma breve tertúlia, cada um no seu alguidar. Não houve uma selecção prévia de perguntas a que os intervenientes tiveram acesso, nem vou seguir uma obra pré-estabelecida. A única excepção será eu decidir quem responde em primeiro.

- Antes de mais, uma palavra de saudação para todos. Vou começar por si. Diga-nos de sua justiça.

- Olá a todos. É com um misto de alegria e comoção que aqui me encontro e, se não fosse o seu interesse, não teriamos voz para nos fazermos ouvir. Eu começaria por referir as inúmeras tentativas silenciosas com que têm, de forma permanente, tentado acabar com o nosso departamento.

- E qual é o seu departamento?

- É muito vasto, mas basicamente são furos.

- Mas que género de furos!? Furos para extracção de água, furos de orelha!? Especifique.

- Furos para a imprensa cor de rosa.

- Pode adiantar algum?

- Ainda não inventei nada para amanhã, mas costuma surgir sempre uma ideia até ao fim do dia. Tem é de ser minimamente credível! A nossa credibilidade é que faz o nosso leitor...ou será o contrário!?...

- Certo. Dirijo-me ao meu próximo representante. Porquê só agora a vossa reivindicação?

- Porque só agora é que saí do buraco onde estava! Se não fosse esta última enxurrada de água que veio e que me trouxe ao nível da superfície, a esta hora ainda estaria a comer ratos!

- Quer dizer que está aqui acidentalmente!?

- Acidentalmente não! Cheirou-me a croquetes. Qualquer tertúlia deste gabarito, tem sempre uma mesinha com uns aperitivos. Espero que haja ainda mais alguma coisa. Se não houver, basta um pacote de batatas fritas! o interior do invólucro fica sempre com algum condimento. Eu sei porque apanhei alguns quando estive lá!

- Lá...na guerra do Ultramar!?

- Mas qual guerra!? Lá no buraco do pavimento, homem! Aquele de onde eu saí!

- O meu último representante da Associação Buracos de Orçamentos de Obras Públicas e Privadas, Furos e Porque Não, de Afins Também, está desejoso por relatar a sua experiência. Prossiga, meu bom homem.

- Como está? Bem dispostinho? Bom, eu antes de mais, devo esclarecer que estou num departamento em que suspeito sou, se disser que não gosto de buracos. Aliás, creio e receio que o meu testemunho exposto aqui, só venha contribuir para confundir os demais.

- Qual é o departamento?

- Películas badalhocas.

- Quer dizer concerteza, pornográficas?

- Não, quero mesmo dizer películas badalhocas! É que são de uma baixeza, duma falta de gosto, duma falta de qualidade! Ainda ontem era um cavalo e uma senhora de nacionalidade...

- Pormenores não, obrigado!...

escrito por centrodasmarradas às 23:23 linque da crónica
09 de Abril de 2010

...pela louca, morre o peixe...

 

Faltam 266 dias para acabar o ano de 2010 e curiosamente, ontem faltavam 267. Vou ter de apurar responsabilidades porque, ou muito desconfio, ou alguém anda a fazer desaparecer dias. Conto amanhã já ter a situação normalizada. Pelo facto, peço as vossas desculpas...

 

Vivemos num país em constante movimento. Tão constante é o movimento, que até provoca náuseas a quem anda pela primeira vez.

Façam-me a vontade e sigam-me neste raciocínio (se ficarem para trás, permaneçam a todo o custo no mesmo sítio que alguém há-de vir buscar-vos mais tarde).

Para a devolução de um artigo, uma loja costuma disponibilizar ao cliente quinze dias de troca, não podendo o mesmo para efectuar a referida, desfazer-se da embalagem do artigo em causa. Ora se uma criança pode ser sujeita a esta frieza e crueldade da devolução, então porque não ir um pouco mais longe deixando condenados por crimes sexuais, violadores e pedófilos, adoptar crianças em Portugal!?

Eu imagino a conversa à mesa de negociações, como quando vamos tratar dos pormenores para o nosso crédito à habitação:

- Vamos lá a ver se percebi bem. Então quer dizer...se eu não estiver satisfeito com o puto que adoptar, posso sempre devolvê-lo!?

- Pode.

- Mas isso é formidável!

- Sim e é também uma alternativa para quem não quer ter um animal de estimação em casa, ou não simpatiza muito com sacos de 30/50kg de ração. Outra vantagem importante é não mais se preocupar com a situação incomodativa de ter de descobrir de onde vem o cheirinho a urina...

- Eu tenho o caso de um amigo de um amigo meu que conhece outro indivíduo, que tem uns gostos distorcidos quanto ao que se define de amor por uma criança...isso é impedimento para adoptar?

- Absolutamente.

- Mesmo que ele já tenha estado preso por a mulher ter batido acidentalmente na porta do armário e que tenha sido alvo de acusações de ter tido relações sexuais não consentidas com duas moças lascivas em Arcomindro de Cima, encontrando-se o processo arquivado por falta de provas?

- Não coloco, nem vejo razão para qualquer entrave para que a adopção não seja concretizável dentro dos parâmetros legais.

- Deixe-me então só fazer este telefonema..."estou sim!? Sr. Padre..."

 

As boas notícias vão para Paulo Rangel (esse pequeno ícone que não reconhece direitos aos animais), que já pode ver uma alternativa a não ter um animal de estimação.

Para finalizar em duplo encarpado com queda frontal, a revelação da lista dos cinco felizes contemplados a serem ofertados no Coliseu de Roma a dois leões, uma hiena e dois membros das Testemunhas do Autocarro das 15h20. A não perder, já a seguir a vinte reguadas...

escrito por centrodasmarradas às 16:18 linque da crónica
08 de Abril de 2010

...quem não deve, não treme...

 

O que me faz sentir tão excitado como um petiz que puxa pela primeira vez o rabo a uma gaivota e fica perplexo com o sonido estridente que esta emite, é a teoria que elaborei e que, apesar de lhe faltarem algumas arestas por limar, passo a transcrever para vosso regozijo.

 

Eu creio que o primeiro metrosexual foi, sem margem para dúvidas, o Tarzan. Este sim, foi macho para ter usado um daqueles colares em tira de couro genuíno (nada de imitações), com duas ou mais garras colhidas de um qualquer animal que padeceu de morte natural, ou então em alternativa ás garras, uma bolsinha com um dente de leite.

Para fomentar esta minha teoria com factos credíveis, parti em nova demanda. Segundo me constou, aquando de uma expedição que realizei à selva profunda de um terreno baldio português, foi-me aí confidenciado que Tarzan apreciava viajar de liana em liana. Era rápido, eficaz e desta forma prática, exibia com enorme desenvoltura e à-vontade a sua estrutura muscular para gáudio das gorilas e macacas adolescentes na plateia.

Quem não gostava muito da exibição, eram naturalmente os pais adoptivos que o tinham educado segundo uma rígida e clássica educação própria da aristocracia britânica. Aquilo não eram jeitos ou propósitos de andar pela selva. Andar de tanga tigrada pela vizinhança ainda vá que não vá, sempre se podia dizer que o rapaz tinha saído para passear a chita...mas chegar ao ponto de depilar todo o pêlo que fazia dele um da espécie, gritar como um desalmado sobrevoando as cabeças dos anciãos, fazendo com que estes se assustassem, convenhamos que era um desgosto...mais para a sua mãe, segundo consta. Seria vergonha da sua própria estirpe, da sua família, alguma questão do foro íntimo como o exemplo de uma dúvida existencial, por exemplo?...

Foi quando um juvenil depilou os sovacos que estalou o verniz.

Surgiu a contestação, depois veio a consequente reunião símia e por fim, Tarzan foi banido para todo o sempre da comunidade, condenado a vaguear perdido pela selva pois na altura, não haviam indicações para a saída mais próxima.

Como medida de segurança e prevenção, foi-lhe também confiscado o direito de se deslocar de liana em liana. Desta forma controlava-se o nível hormonal das gorilas e macacas adolescentes e a normalidade regressaria lentamente aos lares e ás copas das árvores.

Tarzan viu-se gradualmente "convidado" a abandonar o que a selva de melhor tinha para oferecer (sons naturais de animais exóticos em ambiente também natural, o despertar debaixo de uma chuvinha "molha-tolos" e comida biológica).

A muito custo, Tarzan conseguiu desbravar caminho até à orla onde alcançou a coragem para enfrentar um outro mundo...de tanga tigrada...ele, não o mundo...

escrito por centrodasmarradas às 14:05 linque da crónica
06 de Abril de 2010

...perguntar, não atende...

 

Foi num dos últimos bancos do autocarro 36F que vai para a Praça da República, que me ocorreu uma questão pertinente. Para que precisarei eu de uma bicicleta com dezoito velocidades!? Será por acaso com uma que vou desrespeitar o limite de velocidade!?...

 

Para debater a inconformidade de preços do chocolate, tenho comigo um ícone sobejamente apreciado pela pequenada e ouso mesmo dizer, por aves de rapina.

- Coelhinha Pascoela, agradeço-lhe desde já o lindo cesto com coelhinhos de chocolate...

- O cesto não é para oferecer! Se quiser um coelhinho de chocolate, compra! São somente 2,995€ cada um.

- 2,995€!? Mas porque não 3€!?

- Sei que não é de bom tom, mas vou responder-lhe com uma pergunta. Apesar de não lhe valer de nada, sempre que vai ao combustível também se lembra de questionar o preço?

- Não.

- Lá está. Próxima pergunta.

- É difícil lidar com a concorrência tenaz dos ovos da Páscoa?

- Já viu alguma galinha pôr um ovo de ouro ou um ovo de chocolate?

- Não. Mas já vi um ovo de chocolate que trazia lá dentro um coelho de peluche e vi também uma vez um ilusionista a tirar um coelho da cartola. Isso conta?

- Compra-me um coelhinho de chocolate?

- Não.

- Então não conta.

- Na sua opinião, porque razão acha que escolheram o coelho para ser a imagem de um animal que transmitisse uma conotação fofa, se o mesmo é referido como um dos animais que mais sofre de ejaculação precoce?

- Mas vai querer um coelho de chocolate ou não!?

- Se tiver um de chocolate branco...

- Muito bem! Sai um coelhinho de chocolate branco para o senhor! São 3€, faz favor.

- 3€!? Mas disse há pouco que eram 2,995€ cada um!

- Eram! Disse muito bem! É que estive a ver as cotações do chocolate suíço que serve de referência para a Europa e ele subiu ainda agora. O preço que estava a praticar era o da cotação da semana anterior.

- Isso cheira-me a qualquer coisa que já foi feita...

- Cheirar a quê!? O chocolate não provoca flatulência, se comido com moderação.

- Refiro-me ao exemplo da indústria petrolífera, coelhinha Pascoela...

- Ah, a adopção da ideia! E porque não!? Alguém tinha de o fazer, mais tarde ou mais cedo. É uma mina, digo-lhe eu! Aqui para nós que ninguém nos ouve, o chocolate vem todo do mesmo sítio, nós é que alteramos o preço conforme melhor nos serve. E se a especulação puder dar uma ajuda, melhor!

- Qual é o seu maior desejo?

- Emigrar para o País das Maravilhas! Disse-me o meu primo que lá mora há um tempo, que aquilo é uma potência em crescimento. E o melhor, é que ninguém ainda pegou na prospecção de chocolate.

- E porque não tenta em Portugal?

- Com tantos buracos que já tem, acha que vou encontrar chocolate?...

escrito por centrodasmarradas às 15:06 linque da crónica
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