27 de Setembro de 2011

...água mole em pedra mula, tanto bate até que fura...

 

Eu sou um perdido por fábulas. O famoso milagre dos pães, por exemplo. Um amigo meu consegue fazer melhor. Chamou-lhe "o milagre do vôo dos pães". Que o diga o penteado da senhora da fila da frente que levou com ele...

 

Essa tendência que o luso tem para pensar que a vida tem um lado melhor do que a porcaria em que está metido, pode tornar-se escorregadio.

É como uma faca de dois gumes vista por um coelho. O coelho sabe sempre de antemão que de qualquer das formas, é ele que vai parar ao tacho, por isso, não há volta a dar...

 

Por falar em "gato por lebre", devo informar que não estou minimamente espantado com o que se vai passando pela Região Autónoma do jardim da Madeira. Se a ilha de origem vulcânica tivesse tamanho buraco (e graças a isso), há muito que estaria transformada num daqueles repuxos de água ao estilo dos que se vêem pelo Parque das Nações...e depois ia ao fundo...

Eu compreendo o Jardim.

E há que reconhecer que o seu plano é brilhante e maquiavélico.

Afinal, descredibilizar um investimento europeu como Portugal, para depois o poder comprar por "tuta e meia" (tornando-se finalmente num imperador), é de facto algo banal no mundo das altas finanças, mas julgo ser a primeira vez que uma O.P.A. sobre um país, é pensada por uma região autónoma.

O Jardim vai chegar e fazer-nos chegar longe. Tenham paciência (e como disse o outro que conseguiu chegar a P.R.), deixem-no trabalhar...

 

Agora, o que seria pior que isto? Ser descoberto!? Não. Pior que isto é tentar fazer o "milagre do vôo do pão" e descobrir que não se tem apetência para tal. O máximo que consegui foi o que poderia ser apelidado de "o milagre do soluço do pão"...

 

Nota: nenhum penteado foi vilipendiado ou menosprezado durante a feitura desta crónica...até pode ter sido antes, que não por mim, mas durante, jamais...

escrito por centrodasmarradas às 16:35 linque da crónica
15 de Setembro de 2011

...quem tudo quer, tudo verte...

 

Nas receitas de culinária, detesto quando aparece "sal e pimenta q.b.".

Eu agradeço, mas já tenho a minha marca de sal e pimenta previamente escolhida e que até agora não me tem deixado ficar mal...

 

Haver um hipermercado que arrepia caminho e coloca a partir de 24 de Agosto uma publicidade com uma senhora a trautear uma música de Natal, é tão ou mais preocupante que a incerteza de que o ano de 2012 traga ou não o fim do mundo, tal como o conhecemos.

A crer nesta suposição, a crer que existem assuntos que merecem celeridade de resolução, meditei sobre um deles que mexe com a economia dos cidadãos deste Centro e não só: Os talões de desconto.

O fim do mundo será faseado por um dado periodo de tempo, ou de rompante?

Acho de importância crucial saber qual a percentagem de possibilidades de usufruir das senhas de combustível e de desconto que ficarão com prazo de validade para lá desta data. Isto, caso o apocalipse seja mal elaborado, fique mais gente viva que morta e, por isso, hajam eventuais reclamações. Este facto é da máxima relevância para todos os portugueses que naturalmente, não perdem uma oportunidade para reclamar.

Fim do mundo e hora da morte, estamos esclarecidos. Mas senhas de combustível e de desconto, ainda não está resolvido. Ora dado o prazo estipulado, urge tratar disto o mais rápido possível...

 

Para terminar, desde as minhas memórias mais activas e sempre que me sinto desidratado, tendo a beber água. Com mais atenção, reparei que logo a seguir o nariz começa a pingar. Ou acabou a ingestão de água, ou começaram as idas a um otorrino...ou canalizador, caso o otorrino seja muito caro...

escrito por centrodasmarradas às 16:00 linque da crónica
12 de Setembro de 2011

...bocado colhido, não apanha amido...

 

Ah, os calmos e singulares dias de Setembro que são um alívio para quem gosta de ao pôr-do-sol, dar longos passeios à beira-rua. Toda esta harmonia, faz-me sempre perder um pouco pela graciosidade contida nos gestos cúmplices de um casal de macacos de Bonobo quando se catam mutuamente.

E por falar em limpeza, já pensaram se os pontos negros fossem de chocolate? A expressão "vou-te comer" ganharia todo um novo significado...

 

Quem podia ganhar muito dinheiro com tudo isto, era o INMG (Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica). Baseados em imagens de satélite, fazem a previsão do tempo que irá fazer no dia seguinte ou dias seguintes. Muito semelhante a um astrólogo, mas em bom. Até aqui nada contra e em nada interfere com a preparação dos ovos estrelados.

A minha ideia era criar uma linha de atendimento aos que gostariam de saber que tempo iria fazer nas suas vidas do quotidiano. Por exemplo, um cidadão que fosse viajar no dia seguinte para a Líbia, receberia algo do género: "amanhã não saia à rua. Vai chover. Queda de pedra". Era só lucro!

Os meus joelhos também adivinham as mudanças do tempo porque costumam doer. Só se torna confuso quando batem nas pernas das mesas...

 

A evolução dos tempos (quer climática, quer cronológica), dá sempre que fazer a quem se esforça por manter informados os que se preocupam com o tempo. E com o tempo não se brinca. Pode o senhor da meteorologia ficar irritado e "mandar vir charters" de chuva ou pedra do tamanho de Wolkswagen carochas.

Agora vão e espalhem-se ao comprido pela Via-Láctea...

escrito por centrodasmarradas às 12:35 linque da crónica
02 de Setembro de 2011

...quem bem começa, nem acaba...

 

Os piaçabas sempre detiveram o seu fascínio. Admiro-os muito. Se pudesse escolher, faria de um piaçaba um fantoche-árvore, talvez...

 

Depois deste momento de fresco matinal com aroma a pinho e para esquecer um pouco a realidade em que cada um vive, vamos cuspir para as mãos, esfregá-las bem uma na outra e empunhar o dito.

Ninguém gosta de exercer a função de um piaçaba. Se fosse uma pessoa a praticá-la, seria algo desumano. Como um piaçaba é um ser inanimado (a não ser quando lhe pegamos), a palavra desumano não se aplica. Seria um disparate. Mas dêem graças pela sua existência, porque antes o utensílio a "chafurdar" lá no fundo do que a mão. Um tal instrumento encorajado pelo nosso vigor que insiste na limpeza, é um pouco como a situação em que se encontra Portugal: quanto mais se pensa que chegámos ao fundo e não se pode descer mais, este vai e surpreende-nos completamente...

 

Apetece-me agora e não daqui a três quartos de hora questionar-me sobre a relação piaçaba/indivíduo.

Em que situação alguém priva com um piaçaba?

Será este ornamento alvo de apreciação em todos os círculos carismáticos? Quem o terá mais em conta?

Qualquer corriqueiro mortal deve seguir normas, rotina, estatutos, regras impostas ou postas pelos mesmos ou por terceiros sobre como e quando usá-lo.

Recorrendo a um basset hound com cio nas últimas, perito em beber da sanita e baseando-me no seu pensamento livre e muito descaramento carnal, resolvi escolher duas entidades com cargos que se fizeram e fazem respeitar e espreitar algumas linhas do seu protocolo.

 

Presidente da República:

"Um P. R. utiliza-o de acordo com alguém detentor de bons rins, isto é, logo ao cair da cama, a meio da manhã, após podar uma das árvores do jardim do Palácio (o acto propriamente dito deverá, quando oportuno, ser feito na mesma como marcação de território), depois do almoço, depois do chá desintoxicante das 5 e logo antes de deitar."

 

Primeiro Ministro:

"Devido a uma normal agenda atrofiante, o aparelho digestivo de um P. M. já deve estar desenhado para jamais responder ao "chamamento da natureza". O seu alto metabolismo assimila tudo e vai expelindo durante o dia através dos seus poros (em ligeiras e discretas porções), evitando assim perdas de tempo de maior, tendo desta forma oportunidade para utilizar esse período noutras deslocações que não à casa de banho. Um P. M. não se quer "cagão" e assim deverá permanecer."

 

Depois deste ensaio sobre o alívio, fechem os olhos e vão dormir ou estrumar um ser-vivo de grande porte, pouca diferença me faz...

escrito por centrodasmarradas às 00:28 linque da crónica
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