21 de Setembro de 2009

...eu existo, gritou o grão de pó...

 

Como é que consigo arranjar tempo para tudo?

Como efectuar duas coisas ao mesmo tempo?

Como é que se consegue perder tempo?

Como dar um tom mais verde ás ervilhas?

 

Sendo já tarde e muita gente vem dos centros comerciais, depois de fazer tempo por terem bastante tempo para gastar tempo, achei por bem divagar sobre o que mais almejamos na vida, ou seja, que fazer ao tempo.

Sempre que alguém se dirige a mim para conhecer-me, além de inoportunamente calcar o meu abrigo, uma pergunta que é disparada inadvertidamente é "o que é que fazes?".

E pimba! Deixa-me logo sem trunfos. É a pergunta mais difícil para se responder num curto espaço de tempo.

Daí eu responder com uma pergunta:

- O que faço? Mas em habilidades ou à mesa!?

Isto basta para deixar o interlocutor à procura do que comeu no último almoço comemorativo do 25 de Abril, dando-me a oportunidade de pensar numa actividade responsável, como governador do Banco de Portugal...ou cão pisteiro no Estado do Texas...

 

Esfarelar tempo é o que costumo mais fazer.

É como um passatempo. Tentar realizar várias acções ao mesmo tempo. O máximo que já consegui foi ligar o portátil e o telemóvel, activar o alarme para o dia seguinte neste último, ligar a televisão (dia em que não apareceu o Toy em nenhum dos canais), beliscar uma sandocha, ligar entretanto a internet e gritar "JÁ DEI!!", quando tocaram à campaínha.

Para quem se está a perguntar neste momento, se a casa de banho é uma divisão onde se pode realizar esta experiência, a resposta é sim. A não ser que o tampo da sanita esteja solto. Neste caso uma das mãos estará sempre de sobre-aviso, não vá o tampo pregar uma partida.

 

Outra coisa é fazer tempo. Se há coisas que mais desprezo, abomino e detesto, uma delas é sem dúvida, fazer tempo à espera de alguém.

E nunca percebi muito bem essa coisa de "fazer tempo à espera de alguém"...ou "de alguma coisa".

- Estou aqui a fazer tempo, enquanto não chega a minha vez de levar com o carimbo.

Ora acompanhem-me nesta reflexão meritória do canto de um kookaburra.

Se queremos que a espera seja o mais breve possível, se queremos encurtar a distância temporal que nos separa do objectivo ou sujeito, deviamos estar a definhar, destruir, "escavacar" o tempo e não, a fazer tempo!

Fazer tempo é alongar ainda mais a espera, é tempo adicional.

Estar à espera que o tempo passe e gastá-lo a fazer tempo!?

É um paradoxo surreal...senão mesmo patético!

É a mesma coisa que eu ser contra os PPR, mas ter um em meu nome!

...acho que preciso de me sentar um pouco...(ciclos inspira-expira para um saco de papel reciclado)...

 

Por falar em "escavacar", quem é que costuma dispensar o uso do cravo na lapela, nas comemorações oficiais do 25 de Abril?

Quem acertar, ganha um utilíssimo pacote de protecção contra enxames de vespas japonesas, para usar entre as 21h e as 9h, já com 1500 mensagens escritas grátis...e uma grade de mines...de litro.

escrito por centrodasmarradas às 23:04 linque da crónica
20 de Setembro de 2009

...venha mais aqui para a minha beira...

 

Caros concidadãos mandatários para assistir a mais um rebuscado lançamento da acendalha para a cueca alheia.

Saúdo desde já todos aqueles que, de uma forma ou de outra, por vontade própria ou por engano, se voluntariaram em prol deste serviço púbico...público.

Queiram então colocar-se encostados à parede. O nosso primeiro concorrente já se encontra preparado e de olhos vendados para efectuar o lançamento.

 

Por falar em estar ao quentinho, as paragens de autocarro são um bom local para encetar uma conversa e afastar o tédio.

São também boas no Inverno, naquelas manhãs geladas que convidam ao ajuntamento e busca do aquecimento humano para afastar o frio...ou roubar uma carteira. Mas isso só acontece quando o larápio não tem trocos para chegar onde quer, por isso, nada de alarmismos. Continuem a aglomerar-se nesses T0 envidraçados e metálicos e a procurar conforto.

 

Os parques de estacionamento são outro local propício a instalar uma converseta. Há muitas pessoas que, para conseguir dois dedos de conversa, chegam a ameaçar o carro traseiro com uma marcha atrás ou uma paragem prolongada até ouvirem uma buzinadela de aviso.

Lá está, quem o faça, consegue o seu objectivo pretendido, ser notado e alguém dirigi-lhe a palavra...ou sinal sonoro.

 

As salas de espera dos hospitais são um local preponderante à discussão da saúde em Portugal. À nossa saúde, que devo dizer, é a que interessa.

Esqueçam o ritmo copioso do tosse-tosse de um e de outro que estava mesmo à espera que alguém tossisse, concentrem as vossas forças naquele momento em que estamos todos a olhar para o chão a tentar disfarçar o incómodo, a disfarçar a vontade de perscrutar o que se passa no consultório do senhor doutor, a sentirmos as paredes a fecharem-se sobre nós.

É certo que também se fala de meteorologia nestas salas mas convenhamos, converge sempre para a saúde, quer se queira, quer não, na forma de maleitas como o reumático, a artitre, joanetes, ciática e afins.

 

Estão a ver o "teste do balão" executado pelos Senhores que Transitam na Via Pública sem Cinto de Segurança?

No exame de esforço pneumológico o bocal tem um diâmetro maior. É algo entre soprar e a insistência de inspirar e expirar de forma veemente. Os praticantes de mergulho serão os que melhor saberão o tipo de bocal a que me refiro. Demos graças por não haver desses espalhados pelas patrulhas nas operações stop...

 

Para terminar, o "Até Arrepia!" vem mesmo a calhar nesta altura em que ninguém fez mal a ninguém e todos são uns anjinhos.

Estão a ver a Betty Grafstein? Muito bem.

A "Manu" Moura Guedes? Fantástico.

Na votação que realizei à boca dos incêndios, a unanimidade ganhou por expressiva vantagem.

As duas são irmãs!

Reconheçam que a cara "marmorizada" denuncia-as sempre que saem da escuridão...

escrito por centrodasmarradas às 17:31 linque da crónica
19 de Setembro de 2009

...o que não sabia que sabia...

 

Seguidores de telenovelas, seguidores de programas de chamadas de valor acrescentado, entretenimento "enche-chouriços" e seguidores do senhor que não se sabe ainda se morreu ou não...Que raio vos faz pensar que podem estar aqui!?

 

Hoje vamos seguir o esférico rolando sobre a relva qual matilha de rafeiros, que só interrompe a perseguição, para coçar as pulgas da zona do pescoço.

Se já o 4º árbitro era vítima de uma insuportável agonia e sofria com isso, agora temos um 5º e um 6º que vão enfrentar a mesma maldição.

A meu ver, mérito da UEFA. Considera-se sempre uma boa medida, toda aquela que dá emprego a desocupados. Mesmo que seja para não fazer nada ou que nem percebam muito bem porque raio estão ali.

Então quando esta oportunidade é para reforçar ainda mais a expressão da autoridade em campo, mais me convenço que não vai faltar muito tempo para termos a ACAPO em campo...isto no caso de nenhum dos seis árbitros conseguir deslindar uma possível grande penalidade ou um fora de jogo.

Termos agora seis árbitros em campo, é um aspecto favorável. Reparem, mais cinco árbitros e temos uma equipa de substituição. Se a UEFA optasse pelas novas tecnologias, ganhar-se-ia a oportunidade de uma vida de tornar o jogo mais verdadeiro...quero dizer, mais emotivo, mas perdia-se uma hipótese inigualável de prosseguir com um jogo inédito, caso a equipa verdadeiramente dita, faltasse.

 

Outra coisa que me incomoda tanto como um cão que descobre a cauda pela primeira vez e tenta persegui-la, é o facto de não se colocar o 5º e 6º árbitros empoleirados na barra da baliza...

Não só tinham uma visão mais apurada dos lances, como viam melhor o jogo se comparado com a posição primária de estar atrás das redes. Além disso, conheço jarras que ficam no parapeito de chaminés e nunca se queixaram.

 

Para a palhaçada ficar completa, no Inverno este par de jarras fará bastante sentido graças a um gritante nariz vermelho de fazer lembrar a rena Rudolfo. Valha-nos a Bayer já ter inventado a aspirina C.

 

Para terminar, lembrem-se de lavar sempre os pés antes e depois de entrar em cama alheia, porque é também uma forma de contrair o vírus da gripe A. Os pés também se cumprimentam. Eu já vi...

escrito por centrodasmarradas às 13:16 linque da crónica
15 de Setembro de 2009

...manifesto anti leite...

 

Há pessoas que, quando me lincham em praça pública ou me escorraçam dos terreiros cobrindo-me com alcatrão e penas, após longas noites de todo o tipo e espécie de tortura, perguntam-me espumando da boca, com olhos raiados de sangue e de holofote apontado à cara, porque razão tenho eu investido tanto em política nos últimos artigos. Eu respondo de uma forma em tudo equitativa, se comparado com esta senhora:

- (...) Olhe, nem vou comentar...

 

E se as eleições fossem como aquele programa "Dr., Preciso de Ajuda!"?

A senhora deste tempo ganhava por larga margem.

Arrisco-me a dizer, que nem mesmo Garcia Pereira, com o esforço de anos, conseguiu o que a senhora já alcançou em menos de três meses.

A aposta na política bacoca e lugares instalados, é uma presença natural e constante em todos os partidos, mas o sacrifício pessoal de mudar o aspecto físico e social assumido por esta senhora deste tempo, qual Batatoon que dispensa o Companhia, conseguiria até convencer o Michael Jackson de que ainda está vivo e aliciava-o à integração de última hora na lista! (nunca fiz tanto sentido. Michael Jackson e a palavra "aliciar" na mesma frase.).

Pedro Passos Coelho, ostracizado pela senhora deste tempo, é que entregaria de vez o cartão de militante do partido e assumiria um lugar como independente, junto aos proprietários do Principado da Pontinha, a cerca de 70 metros da ilha da Madeira, para exigir a independência deste parco território.

 

Outra coisa que notei, é que esta senhora deste tempo, deixou de ter medo do contágio da gripe A e, em Santarém, surpreendeu tudo e todos quando cumprimentou duas velhinhas sorridentes com Alzheimer que a trataram por Margaret, um desconhecido que atava os atacadores do sapato esquerdo (foi com um "passou bem", mas também conta para o efeito), uma pomba Bordalo Pinheiro de beiral, uma montra de saldos e um canídeo que ninguém sabia a quem pertencia (nem mesmo a juventude entusiasta), mas como a senhora deste tempo continuou a sorrir, acharam por bem não importunar.

Sub-repticiamente, paulatinamente, a dama achou que não tinha outra escolha senão anuir a maquilhar-se com cores de boa saúde, sorrir, acenar, mas nunca se esperaria chegar ao ponto de cumprimentar o povo sem luvas de látex ou vinil.

Minhas senhoras e meus senhores, assistimos nos últimos tempos a um "piqueno" passo para Portugal, mas um grande passo para a Manuela Ferreira Leite.

 

Mas estávamos a 18 de Novembro de 2008 quando alguém disse e cito:

- "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia..."

- "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se"

- "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia".

 

(...)

 

A senhora deste tempo disse que estava a ironizar na altura e ainda hoje amua por ninguém ter percebido...

António d'Oliveira Salazar (o senhor do outro tempo), também fez o mesmo...e acho que ainda ninguém percebeu a piada de tal...ironia.

Temo que a solução de tal...isso, tenha ficado perdida entre a sua casa e o cemitério...

 

Já a seguir, a prova cabal tão aguardada porque faço este manifesto e que vos vai deixar perplexos e perfeitamente apáticos.

 

Adelino A. Vieira - Promotor Profissional de Suplementos e Alimentação Natural há mais de 20 anos. Nutricionista Diplomado pela Academia de Saúde Natural Alive da B.C. e Terapeuta da Acutouch Genesen e Divulgador da Qualidade e Quantidade, residente no Canadá há 30 anos, escreve:

"Se quiser aumentar o seu colesterol para níveis elevados e altamente perigosos, é só beber três copos de leite por dia. O colesterol contido nesses três copos de leite, é igual ao contido em cerca de 53 fatias de BACON.

Não deixa de ser curioso, mas a verdade é que a grande maioria da população mundial não bebe leite e a razão principal não é o facto de o não ter, mas porque lhes faz mal, provoca-lhes doenças. Beber leite é mais um dos hábitos nada saudáveis, da tal parte do mundo que se diz CIVILIZADO. O leite é um mito."

escrito por centrodasmarradas às 22:52 linque da crónica
15 de Setembro de 2009

...aquilo não era...!??...não, deixem lá...

 

Senhoras e senhores, meninas e meninos.

Neste espaço que ocupo, coloquei uma questão em cima da mesinha de cabeceira.

 

Qual é a primeira coisa que vos passa pela cabeça quando uma patrulha que mal vos avista, orienta-vos para a beira da estrada?

Quem disse que a resposta é "será que tirei a droga do carro?", ganhou um isqueiro de fogão do Preço Certo.

Quem respondeu "lá vem a Páscoa para alguém.", ganhou um cd com um discurso do Paulo Portas gravado a 45 rotações.

E finalmente, para quem respondeu "pronto!...fo##-#e!", ganhou uma fotografia a preto e branco da "Manu" sentada ao colo do Salazar.

 

Quem não sente necessidade de agir como um menino bem comportado, quando surge um polícia por perto?

Eu falo pelos meus dois pinguins de Magalhães! Eles sabem.

Há qualquer coisa que intimida num polícia. Qualquer coisa que nos faz crer piamente, que ele nos vai ler os pensamentos e conseguir até ver aquele dia, em que desviámos uma moeda das alminhas junto à casa da avozinha.

Por vezes, até pode ser que ele só queira pedir uma informação, pedir ajuda, ter um ombro para chorar. Mas quando se abeira de nós, sentimos na base do nosso crânio, que vamos pagar por tudo de mau que fizemos e que o purgatório é, afinal, terreno...

 

De todas as coisas espectáveis que me apetece retorquir (após os preliminares da praxe do senhor que se debruça e saluta sobre a porta da viatura), deparo-me sempre com algo que éticamente não é recomendado, mas avanço com uma proposta que não será fácil de decorar, por isso improvisem à medida que vos vão fluindo as palavras à cabeça.

Eu proponho começar por atordoá-lo com esta pergunta:

- Posso descarregar a minha indignação na forma verbal cuidada e sem rodeios?

De seguida, asfixio-o com uma outra pergunta, desta vez uma bem longa que o faça perguntar-se, que raio o terá levado a dar ordem de paragem a uma viatura que transporta no seu habitáculo, um ente de cérebro hiperactivo e que, na melhor das hipóteses, não é deste sistema solar.

- Se lhe comunicar que me encontro pleno de funções físicas e mentais, se lhe assegurar de que não ingeri substâncias proibidas e/ou ilícitas que possam reduzir a minha reacção e se lhe jurar que a viatura encontra-se aprovada nas suas elementares funcionalidades principais, dá-me autorização que execute uma fugaz evasão sem olhar à velocidade, já que estou e estava já com pouco tempo para chegar pontualmente ao destino?

 

Depois disto, ou vou preso por suspeita de ingerir água não potável, ou enfiam-me numa camisa de forças, coisa que até gostava de experimentar...haverá no meu tamanho?...

escrito por centrodasmarradas às 00:13 linque da crónica
14 de Setembro de 2009

...é só colocar uns mecos e está pronto...

 

Praticantes de apneia em água de banho gelada, simpatizantes da dislexia escrita e verbal, anonas.

Muito me honra a vossa presença e que oportuna ela é...

 

Assim como quando estou aflito para fazer uma necessidade de carácter líquido e já não tenho espaço de manobra para adiar mais, o mesmo se passa quando não consigo evitar por mais tempo uma ida a um centro comercial.

Neste shangri-la de amantes do ócio, encontram-se cada vez mais espalhados qual cogumelos, os postos de angariação de fundos, contractos de cartões diversos, telemóveis, etc.

E eu pergunto, porque não colocar os colaboradores deste género de serviço com coletes reflectores, bastões luminosos e sinalização específica, de maneira a que o fluxo de potenciais clientes seja afunilado e conduzido até à banca?

A partir daí, faziam uma triagem selectiva, passavam pela banca de medir a tensão, se estivessem fraquinhos davam alguma coisa para a banca da caridade, faziam um seguro de vida porque nunca se sabe e aderiam a um cartão de crédito.

Atendido que estava, o cliente era marcado com um carimbo. Desta forma, não seria necessária uma nova abordagem da próxima vez que surgisse no horizonte (fosse a sua adesão aceite ou não).

 

Podiam fazer a coisa de outra maneira. Observem o seguinte cenário.

Um representante de cada banca munido de uma arma de paint ball, cada uma a disparar balas de cor diferente das outras.

O cliente do centro comercial é largado ao abandono e entregue a si próprio. Começa a correr ao mesmo tempo que tenta esquivar-se das balas. De cada banca, só pode ser disparada uma bala por cliente.

Esta é mais uma situação ganha-ganha. Os colaboradores aprendem a descontrair no local de trabalho e dependem só da sua boa pontaria para ganhar a comissão, enquanto que por outro lado, muitas pessoas vão aprender a controlar por mais tempo, o esfíncter do ócio.

 

Por falar em vender o peixe ou gato por lebre, para os menos afortunados em relações do amor e que não conseguem relacionar-se conforme desejariam com o sexo oposto, para a próxima vez que forem abordados por aquelas colaboradoras com bom aspecto, que angariam ou impingem um inquérito, perguntem:

- Envolve uma saída a dois a um cinema ou a um concerto?

 

...pode ser o início de uma bela amizade...ou não.

escrito por centrodasmarradas às 00:36 linque da crónica
13 de Setembro de 2009

...o guronsan não faz efeito...

 

Quem viu o debate com a "Manu" na RTP1 na passada quinta feira, quem foi? Para resposta afirmativa, bata três vezes na madeira...(madeira com "m" minúsculo).

Eu achei a "Manu" de alguma maneira diferente e, até hoje, não descansei enquanto não descobri o que tinha mudado.

Depois de dois maços de cigarros de chocolate, 250 ml de bifidus acti-regularis e uma viagem à casa de banho, reparei que a senhora estava a usar outros tons na sua maquilhagem. Mas não era uma maquilhagem qualquer! Era uma maquilhagem de fazer Madame Tussaud roer-se de inveja! E que estava cem anos mais nova, isso estava.

 

Não será esta mudança muito brusca, violenta até, capaz de criar confusão nas cabeças do eleitorado apoiante do partido?

Para não mencionar no risco de não a reconhecerem na rua.

O partido já tranquilizou os seus militantes, simpatizantes e moinantes e decidiu que os outdoors irão sofrer a necessária actualização muito em breve.

Isto deixou-me apreensivo e incomodado. E se de repente, a senhora pretende voltar à imagem cinzenta?...

 

Também muito em breve, os colaboradores de alguns sectores da função pública, poderão trabalhar a partir de casa.

Diverte-me imaginar um balcão à porta do apartamento e pessoas ora a tirar senha de vez, ora a verem quanto falta para a vez delas. Umas a pedir informações, outras a falhar o formulário e o senhor a dizer:

- Ainda não é neste balcão, dona Genoveva. Tem de descer, sair do prédio, subir a rua, contornar a paragem, comprar um saco de migalhas para dar aos pombos da praça, virar à direita, descer a rua, atirar migalhas aos pombos da praça, entrar no prédio verde, subir ao 3º Esq e pedir ao meu colega o impresso 325 mod. B. Depois regressa aqui para preencher este formulário e este impresso que tem aqui. De seguida vai à repartição da sua área de residência para que lhe coloquem o carimbo aqui, aqui, aqui, aqui e aqui...e aqui também. Só então é que terá direito a atirar pedras ás gaivotas.

 

Este conceito que aqui deixo, bem trabalhado, dava frutos. Voltava-se a ter aquele ar de comércio tradicional, rústico, com balcão em madeira...

 

De fazer chorar as pedras ás gaivotas, é o próximo devaneio.

Este pequeno sopro de esquizofrenia, vai directamente para quem se encontra enclausurado no quarto devido à gripe A, ou por outra razão qualquer e necessita urgentemente de uma ocupação nos tempos livres. Que vos parece um "Safari Doméstico"?

Desliguem as luzes até atingir o equivalente a escuro como breu, rodopiem sobre vós mesmos dez a quinze vezes sem parar.

Onde baterem, conta como um animal abatido (ou capturado, para os mais lingrinhas). Se partir, não se preocupem. Considerem como uma boa oportunidade para redecorar.

E desta vez, primam pelo bom gosto. As pessoas têm comentado...

 

E agora, para todos vós, irei bocejar sem colocar a mão na frente. Peço um rufar de tambor, maestro. Obrigado...

escrito por centrodasmarradas às 23:50 linque da crónica
11 de Setembro de 2009

...se olharem para cima verão céu, se não olharem não verão...

 

Podem parar de me beijar a mão e de gritar como se não houvesse amanhã?

Uma pessoa falha um dia ou dois e é sempre isto!?

Toda esta histeria faz-me lembrar o dia de lançamento de um livro do Harry Potter no Japão.

 

Ora se ainda não tiverem carta e forem apanhados (digamos 37 vezes pelas autoridades), fiquem elucidados que só vão para a prisão com  uma pena efectiva de um ano.

Realmente ser apanhado 36 vezes, ainda vá que não vá, mas convenhamos que 37 vezes é uma afronta e um perigo para os outros utentes da via pública.

Não estou indignado. Estou até praticamente satisfeito com o bom-senso e a eficiência de quem nos protege.

 

Bin Laden prometeu para breve, uma surpresa para os muculmanos...

Eu achei um comentário lastimável e de falta de chá para com as possíveis futuras vítimas. Elas também apanham uma grandessíssima surpresa quando são apanhadas desprevenidas em pleno vôo...e é quando dão por ela!

Poderá também haver a situação, de o Bin estar a congeminar um concurso do género "Grande Irmão".

Passo à abordagem do hipotético cenário:

 

Um sorteio envolvendo 250 suicídas, aberto a todas as religiões, de onde e depois de uma exaustiva selecção, saem triunfantes somente 200 candidatos. Estes irão ocupar os honrosos lugares disponíveis num vôo comercial, para partirem numa viagem em que o destino (local de queda/embate), só será revelado no meio do percurso.

Se houver o caso raro de um suicída se arrepender antes da contagem decrescente para o impacto ou se um suicída não concordar com o destino revelado, fica de castigo no porão da bagagem, vendado e sem poder assistir aos minutos finais da emissão em directo.

Os comentários em terra serão da responsabilidade do anfitrião e no avião ficará a cargo da presença forte e carismática de uma de três individualidades previamente escolhidas pelo método votação por telefone.

Nisto tudo, temos também a ligação ás casas dos familiares dos suicídas, prémios para os mais rápidos a responder ás questões armadilha efectuadas enquanto dura a viagem (por exemplo "qual a cor da túnica branca de Bin Laden? Será branca? Será rosa? Ou será púrpura?").

Em estúdio, quatro potenciais suicídas, um analista e representantes das diferentes religiões, serão mediados por um jornalista, debatendo a ideologia, recebendo e comentando telefonemas de telespectadores, mostrando bonitos e coloridos gráficos, publicitar o livro que cura a dor de cabeça bebendo unicamente duas gotas de ácido de bateria, ouvir músicas versão karaoke cantadas por terceiros que levam ao suicídio ou propícias a atentar contra o proximo ou contra o património (exemplos como "chamar a música", "lusitâna paixão" ou "jardins proibidos") e desacreditar estigmatismos e mitos.

 

Depois desta visão dantesca, vamos desanuviar pelo mercado em busca de outra. Ver se encontramos o Paulo Portas a fazer uma aposta com uma peixeira simpática, em como consegue beijar um cherne...

escrito por centrodasmarradas às 00:13 linque da crónica
09 de Setembro de 2009

...não deixes para amanhar o que podes fazer hoje...

 

Faltam sensivelmente três meses e meio para o subsídio do Natal e isso tem para mim, o mesmo efeito que um cão ver-se de repente com duas pilas.

 

Curiosamente, este assunto fica aquém das expectativas se comparado com o que quero alinhavar.

O que aqui me traz é o choco limpo de hipermercado. E porquê? Sigam-me para isto ficar feito ainda hoje.

Um choco que se produz, que tem bom aspecto, tem tendência a ter mais saída que um choco que não se esmera e vive deprimido, desmotivado. E isso transparece, mesmo que estejamos a falar em chocos de embalagem.

 

Por isso, lanço aqui uma demanda a todos os chocos do território marítimo português! (os chocos de outras paragens não os conheço, logo, não interessam).

Esfregai bem vossos oito braços e dois tentáculos impulsionadores!

Realçai vossas peles níveas e camaleónicas!

Mostrai brio e empenho! Tende orgulho na embalagem que vestis!

Continuai a dar prestígio ao bom nome que ostentam e higiene mui peremptoriamente mencionada!

 

Quando alguém se decide a comprar chocos para degustar, gostará concerteza de saber que o molusco é asseado e prima pela decência.

Um choco porco não vence na vida. Nem na marinha, nem na frigorífica.

 

Peço as vossas orelhas para o próximo compromisso publicitário:

- Ontem, comi um choco limpo!

- Eu já provei as duas qualidades e o limpo é, sem dúvida, o que recomendo!

- Certifique-se que o seu choco limpo está normalizado pela UE.

- Se o nosso choco limpo não o agradar na totalidade, damos-lhe um porco!

- Um porco, não! Um presunto! (segue-se o riso típico depois de uma piada ensaiada, contida numa publicidade americana a um artigo de televendas).

 

Eu como sem hesitação um choco limpo, porque sei o que estou a comer. Vem no papel "choco limpo"! É claro que confio!

Aproveitem e vão já, sem perder tempo, a um mini-super-hipermercado comprar dois chocos e comprovem vós mesmos, a qualidade de um choco limpo.

Vão lá, eu fico aqui à espera...

 

...surpreende-me não haver ainda um clube de fans do choco limpo...

 

Os chocos ou sibas são moluscos marinhos da classe Cephalopoda, ordem Sepiida.

escrito por centrodasmarradas às 22:36 linque da crónica
07 de Setembro de 2009

...dentro do género, podia ser pior...

 

Meus fiéis receptáculos de uma ou duas pingas de ingenuidade comedida. Bem-haja. Inauguro hoje e só hoje, a rubrica

"OCUPAÇÕES DE TEMPOS LIVRES ABSURDAS E QUE ATÉ PODEM DEIXAR UMA LEMMING DE VIDA FÁCIL CORADA".

 

Na primeira ocupação de tempos livres absurda e que até pode deixar uma lemming de vida fácil corada, temos o "perseguidor de veículos de emergência em marcha de urgência".

Trata-se de alguém que segue na peugada de uma ambulância (só conta se levar os pirilampos ligados), aproveitando o espaço por ela deixado livre para assim evitar e avançar no trânsito e, ao mesmo tempo que a tenta ultrapassar, tenta adivinhar o hospital para a qual se dirige. Sai vitorioso quem conseguir chegar primeiro ao destino.

 

Na segunda ocupação de tempos livres absurda e que até pode deixar uma lemming de vida fácil corada, encontro o "milagreiro da reprodução estupidamente assistida".

Consiste em, na época da postura, alguém dedicar-se à troca dos ovos nos nichos da passarada diversa, É extenuante e arriscado porque tem de se subir árvores de várias estaturas e portes variados, mas a surpresa e o choque expressos nos bicos das aves aquando da eclosão dos ovos, vale por todo o esforço despendido.

 

Encontro-me agora perante a terceira ocupação de tempos livres absurda e que até pode deixar uma lemming de vida fácil corada.

Chama-se "pregador da palavra do Senhor (...)", sendo os parêntesis curvos e as reticências substituídos pelo nome do senhor que quiser divulgar as suas memórias.

É em tudo idêntico a bater ás portas para vender um aspirador à excepção de, em lugar do aspirador, temos textos de um qualquer cidadão que se aventure na escrita e haver paciência suficiente da pessoa que, inadvertidamente, abre a porta.

 

A quarta ocupação de tempos livres absurda e que até pode deixar uma lemming de vida fácil corada, provoca o mais insensível músculo erector do pêlo.

O "injuriador supremo de águas furtadas" não é para pessoas com estômago fraco.

A ferramenta lógica do ofício é uma janela de água furtada. Nela o ofensor coloca-se debruçado e é de onde, durante tempo indeterminado, lança calúnias e impropérios aos transeuntes da rua. Para terem noção do que estou a falar, é similar a um "Vale Tudo" mas em palavras.

Essa brava pessoa tem de usar da lábia, ter resposta sempre pronta e ao nível do ataque.

 

Por último mas não menos importante, a quinta ocupação de tempos livres absurda e que até pode deixar uma lemming de vida fácil corada, é o "contador de traços das linhas descontínuas de auto-estrada".

Uma ocupação sempre diferente e com actualizações feitas, regra geral, todos os anos. Torna-se aliciante porque a mesma contagem do tracejado do percurso, pode ser feita mais que uma vez e a velocidades  diferentes.

 

Bom, vou ter mesmo de acabar mais cedo porque começou a chover no meu caixote de cartão canelado e apareceu uma goteira mesmo por cima do teclado do portátil.

O "OCUPAÇÕES DE TEMPOS LIVRES ABSURDAS E QUE ATÉ PODEM DEIXAR UMA LEMMING DE VIDA FÁCIL CORADA", irá regressar assim que surja uma aberta no tempo meteorológico.

Entretanto vou dormir, porque o vosso mal é sono.

escrito por centrodasmarradas às 00:10 linque da crónica
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