...quem premeia ventos, colhe tempestades...
Acho que se pudesse ser um animal, queria ser um gato.
Tenho todas as qualificações para isso - por exemplo, asma. Logo, o incómodo das bolas de pêlo não constituiria um problema...
Depois de desabafo e porque hoje faz exactamente um ano que foi dia 17 de Novembro, vamos até à margem e atracar o nosso alguidar.
Num dilúvio como este, a fazer lembrar o fluxo de publicidade natalícia televisiva a brinquedos, cheguei a uma solução estonteante para pessoas que passam a vida a dizer que não têm tempo nenhum para nada.
Estão prontos?
...(rufar de tambor)...
Tornarem-se sonâmbulas!
Passar a ferro, regar as plantas, passear o cão, tomar banho, toda uma infinidade de opções que se podem deixar para o período de sono.
Entretanto e porque o caudal do rio já chega ás meias, outra coisa tão patética como o responsável pela pasta da tradução de títulos de filmes para português, é a situação "holywoodesca" que aparece num filme de cinema recente.
Estão certos indivíduos num carro e vê-se uma magnânima onda tsunami pela frente.
O condutor (preparem-se!), volta-se para os restantes e diz:
- AGARREM-SE!
...(????)...
Agarrem-se!?...Agarrem-se!?...
Os gajos estão prestes a ser engolidos, trucidados, esmagados pela força da água, para não mencionar os destroços, embates contra tudo e todos e ele diz "Agarrem-se!"!?
Agarrem-se a quê!? Ao puxador da porta!?
Já agora, ajuda se eu fechar o vidro da janela ou sustenho somente a respiração!? Fecho os olhos ou tapo o nariz!?...
Tão divertido como ser apanhado 41 vezes pela autoridade sem licença de condução, é ver o estado de conversação e entendimento entre as várias instituições, digamos responsáveis, de Portugal.
Por um lado temos escutas selectivas a chamadas em investigações que chegam a durar seis meses, por outro lado temos a falta de comunicação entre o Supremo Tribunal de Justiça e a Presidência da República.
Eu faço um apelo à Polícia Judiciária.
Há a possibilidade remota de emprestar um telefone a cada uma destas partes? Ou escutar uma parte e transmitir o recado à outra?...
Então, antes de irem selvaticamente espancar sebes de jardim, meditem nesta pertinente interrogação:
A que estaria eu sujeito, se não declarasse os meus rendimentos durante dez anos?
- Entregavam-me uma medalha de ouro e transportavam-me em ombros?
- Pediam-me um autógrafo?
- Davam-me a direcção de uma empresa pública?...