...galinha à borda por pouco dinheiro...
Saudações a todos.
Antes de mais, gostaria de dizer que sou a favor da masturbação e que corto as unhas das mãos sem a ajuda de um utensílio idealizado para o efeito.
Afinal, que não, que não e sempre existem vampiros em Portugal. Tanto assim é e devido à população ser tão vasta, que a SIC e a TVI produziram cada uma, a sua série sobre esta estirpe.
Tendo eu, uma determinada vez durante uma incursão à Amazónia, corrido perigo de vida aquando de um ataque premeditado de um gigantesco bando de Culiseta Longiareolata do tamanho de Bicos-de-Lacre, uma entrevista a um único vampiro não iria decerto constituir grande motivo para temer pela vida.
Encontro-me no Solar da Avessada, comigo tenho Almerindo Menarca, Grão-Chefe da Casa de Cabidela e fundador da Confraria do Pingo de Sangue.
- Grão-Chefe Almerindo Menarca, agradeço-lhe desde já a disponibilidade que me concedeu. O que lhe apraz dizer sobre a Casa de Cabidela?
- Bom, a Casa de Cabidela foi constituída ainda eu bebia leite de cabra morninho. Lembro-me certa vez de a minha mãe (que era humana), andar ás voltas na cozinha sem saber o que fazer para o almoço e confidenciar-me que o paizinho (que era vampiro), precisava de qualquer coisa para comer antes de sair para o trabalho. O paizinho estava com tanta pressa que despejou o copo de sangue para cima do arroz de coelho, de modo a ganhar tempo. A mãezinha, vendo o que o paizinho tinha feito à refeição preparada com tanto amor, disse "ai que deste cabo dela!"...e foi assim que nasceu o "arroz de cabo dela", mais tarde, "arroz de cabidela". O sucesso começou a verificar-se em almoços e jantares de família até que mais tarde, a pedido de várias famílias de vampiros, concretizou-se a Casa de Cabidela. Tem sido um imensurável sucesso. Desde 1784 que está aberta sem paragens, de 2ª a 5ª Feira, após o pôr-do-sol e até ao nascer do dia...um pouquinho antes, talvez. Não quero que nenhum cliente se descuide!
- Muito bem , mas o arroz de cabidela também superou as suas expectativas ao ser adoptado pelos mortais...
- Devo dizer que sim, não o nego. Porém o nosso é bastante mais frutado e com hemoglobina mais rica por ser, como compreenderá, feito com sangue humano.
- Claro. Já a Confraria do Pingo de Sangue advém de que contexto?
- Houve a necessidade sentida de espalhar a gastronomia. E todos sabemos que Confrarias são como lagartixas nas cuecas de um contrabandista, em pleno controle de segurança no aeroporto da Nova Zelândia.
- Certo. O que me diz acerca da escalada repentina de séries e filmes sobre vampiros?
- Olhe, ainda bem que fala nisso! Mas será que o circo chegou à cidade!? Pelo amor da sanguessuga! Mas que raio de saltos são aqueles!? Parecem mais pulgas atadas a um yo-yô que vampiros! É ridículo! Uma afronta, digo-lhe eu!
- Acalme-se, sr. Almerindo Menarca. Atente à sua idade avançada, por favor! Beba mais um pouco desse ARh- de 76.
- Tem razão...então e o arrozinho está bom ou não?
- Do catano...