...quem se mete em atalhos, mete-se em obras da estrada...
Estou deprimido...bastante, até...
Julgava que finalmente ía poder ver uma manifestação de carrosséis em plena 24 de Julho ao estilo Parada Orgulho Gay em Barcelona, afinal o que vi foi mais o equivalente a uma fila de marcação de consultas com gente a reclamar, num balcão de hospital.
Acho que houve uma falta de criatividade notável, por parte dos proprietários de carrosséis, em toda a estratégia publicitária a esta causa. Se queriam mostrar indignação, mostrar as nódoas de massa consistente no sabugo das unhas, tinham convidado os senhores deputados da Assembleia da República a realizarem uma sessão do hemiciclo a partir de um carrossel em movimento. Imaginem os líderes de bancada a ripostarem e contra-ripostarem na sua habitual fachada política, sentados em girafas, cavalos, chávenas a rodopiar e helicópteros:
- Oiça senhor deputado, oiça!...Não esteja constantemente a utilizar a desculpa de rodar a chávena na esperança de não me conseguir ouvir, senhor deputado! Olhe que isso fica-lhe mal, senhor deputado! Cresça senhor deputado, cresça!...
Outra maneira bem original de mostrar ultraje à séria, seria boicotar o algodão doce e o balde de plástico cheio de pipocas neste carnaval que se aproxima e deixar desta forma muitos portugueses em estado de desespero. Fechem os olhos e testemunhem o pânico espelhado nas suas caras, o caos a assombrar pairando sobre as feiras e festas, a frase "o que vai ser da minha hiperglicémia de agora em diante!?" repetida vezes sem conta, com as mãos na cabeça e lágrimas de ânsia nos olhos.
Qual é a diferença entre genético e genérico? Eu explico mediante o pagamento da licença de requalificação urbanística do meu bidon...estava a brincar, eu explico pela habitual sande triangular de atum.
Genético é os portugueses adoecerem mais durante a semana do que ao fim-de-semana e os portugueses fazerem greve mais à semana do que ao fim-de-semana.
Genérico é os nossos "todos deferentes, todos iguais" pseudo-representantes das diferentes bancadas, continuarem a insistir na nossa miserável precariedade e deficiente qualidade de vida. E a culpa é deles!? Não.
Nota: Para quem gosta de desportos gastronómicos radicais, experimentem comer arroz com ervilhas e volvidos dois dias, comer arroz de feijão. Eu não repetiria a experiência, mas sintam-se livres de o fazer...afinal, mais uma ou duas pessoas a colaborarem na emissão de gases para a atmosfera, não é por aí que o gelo vai derreter mais rápido.