...lembra-te sogra, que já foste à nora...
O que é afinal um sismo?
Poderá colocar-se a moda dos sismos ao mesmo nível que a moda da Gripe A, ou dos vampiros?
Será sensato um edifício de bolsa de valores que se mantenha de pé após um sismo, adoptar o lema "abanou, mas não caiu"?
Para primeiro encontro com uma rapariga e se ela tiver as pernas tortas, será correcto perguntar "estiveste ultimamente de férias no Chile ou no Haiti?"?...
Bem vindos ao certame NUNCA SENTI UM ABALO SÍSMICO, MAS PELO SIM, PELO NÃO, VOU PARA O MEIO DE UM CAMPO DE FUTEBOL.
Tenho comigo mais uma vez para responder a estas e outras perguntas como "quantas colheres de sopa de arroz devo colocar num litro de água?", quem mais senão Laurêncio d'Arrábida, auto-proclamado único terrorista português e residente na Serra que deu nome ao...ao seu nome...
- Laurêncio d'Arrábida, muito...
- Muito obrigado pela oportunidade que me deu e é uma honra, etc, etc. Eu sei como é o início. Diga lá ao que vem.
- Gostaria de saber o que é para si um sismo.
- Bom, dizem os meus anos de experiência que um cismo é algo que nos deixa apreensivos. Algo que desafia a lógica e despoleta de tal forma no nosso pensamento uma razão, para suspeitar que algo está estranhamente desalinhado, percebe?
- Eu referia-me a sismo, como em tremor de terra, terramoto...
- Eu sei, estava só a meter-me consigo, homem! Tem de admitir que até a associação de palavras foi engraçada.
- Hilariante...
- Um sismo é algo bastante atribulado e marcante. Ainda me lembro do meu primeiro.
- Já passou por um sismo!?
- É verdade.
- Mas feriu-se?
- Não muito. Digamos que foi mais um sismo artificial e não conforme a definição o descreve.
- Como assim!?
- Eu estava nas traseiras da minha residência rural serrana, a experimentar variados componentes químicos para tornar um licor de tâmaras da minha criação ainda mais potente, para dar-lhe corpo como decerto compreenderá. No momento que lhe estou a juntar uma remessa de álcool etílico a 90º que já lá tinha há algum tempo e que já estava quase fora de validade, a minha esposa chamou-me para ir buscar o bebé que já andava a brincar na rua. Quando voltei de dar duas palmadas bem aviadas no rabo do catraio e regressei ás traseiras, não tardou muito para começar a ouvir o borbulhar que vinha da cuba de fermentação. Ora quando acendi o fósforo para ver o que era, é que me apercebi da barbaridade que tinha acabado de fazer.
-E então?
- E então o quê!?
- O que é que aconteceu? O que é que viu?
- Vi a explosão a acontecer, foi o que vi! Quem me manda a mim, acender o fósforo junto à cuba onde tinha acabado de juntar álcool?
- Laurêncio, quando é que chegamos à parte do sismo?
- Atenção. Sismo artificial. É diferente. Mas que abanou as paredes da gruta de tal maneira, que me fez lembrar o tempo que passei em formação nas montanhas do Afeganistão, lá isso fez! Olhe, o pequeno só batia palmas e sorria, a minha patroa olhava para mim com cara de cliente do BPN que está a ver à sua frente o Oliveira e Costa, todo eu parecia uma tâmara negra...
- Pois, calculo...