31 de Janeiro de 2011

...em Janeiro, uma torta por inteiro...

 

Eu realmente não percebo nada de concursos...

Então o Papa Bolo Rei teve 52,95% da votação, mas não sai!? Não era para ser expulso do Palácio, aquele que conseguisse mais rapidamente, ver-se livre das más acções!? Expliquem-me como se eu fosse de andar pelas ruas a distribuir panfletos de propaganda política a grupos de petizes que cantam as Janeiras. É que não entendo...

 

Eu fui exercer o meu dever cívico. Tomei um demorado banho de reflexão e, aproveitando o fresco cortante matinal, lá fui discreto. Afinal, quando se quer comemorar a abstenção no final do dia, há que evitar dar nas vistas. Levei o meu cartão de cidadão e o de eleitor (não fosse o Papa tecê-las), já que 42 mil eleitores não puderam usufruir do direito. Eu acredito que o Papa Bolo Rei quis que a diferença não fosse tão significativa e decidiu encurtar um pouco a distância para com os seus mais directos adversários...

 

Para terminar em jeito de Paulo Portas que invade um mercado municipal em busca de afecto por parte de estranhos (qual gato em plena noite sofrendo com o cio), devo dizer que quase senti uma certa comoção nas minhas glândulas lacrimais, quando ouvi os discursos dos candidatos vencidos. Mas depois lembrei-me que os altos cargos estatais de Portugal (sendo somente representativos ou não), são ocupados por corruptos e que o povinho (na sua grande maioria), prefere gastar dinheiro a votar num cromo para que este saia de um reality show, do que exercer um direito cívico. Após esta breve reflexão, senti-me logo melhor e pronto para ouvir as duas cópias das escutas a Sócrates que finalmente apareceram. Uma é um best of dos melhores momentos, a outra um Especial de Natal...

 

Concluindo e como provavelmente diriam os romanos:

"Lusitania formosis est. Fulcralis problemum, serum territorium repletus di lusitanus!"

 

(perdoem-me o meu latim enferrujado)

escrito por centrodasmarradas às 17:26 linque da crónica
24 de Janeiro de 2011

...água mole em pedra mula, tanto bate até que fura...

 

"Cuspiu-me os testículos todos!" foi por incrível que pareça, o que ecoou pelo salão, quando o desastrado empregado de mesa entornou a terrina de canja quentinha no colo do convidado.

É um fantástico tema para começar uma crónica? É. Há à volta deste assunto, matéria para desenvolver um daqueles romances "papel higiénico" e este assumir o seu lugar por direito, ao lado de muitos outros? Sim. Dá azo a ir ali ao lado fazer uma pausa em plasticina? Não...

 

Numa altura como esta em que neste preciso momento deve haver uma mesa algures, rodeada por homens com camisas amarrotadas e de mangas arregaçadas, a congeminar uma maneira absurda de a EDP conseguir extorquir-nos dinheiro pelo sol que nos bate no frontispício, descobri que os laboratórios portugueses do Cenimat estão a desenvolver uma bateria de papel que armazena energia a partir de água. Ora haja algum lugar ocupado por nós que seja cimeiro e ao mesmo tempo positivo! E para quem está neste momento a fazer cara de quem comeu as entradas a pensar que estas eram gratuitas e teve de as pagar sem bufar, a primeira coisa que me ocorre para comprovar que a atribuição deste lugar de destaque é justo, é que a matéria-prima não vai faltar a estes desenvolvimentos científicos. Se há coisa em que a maioria dos portadores do gene luso são bons, é a meter água...

 

Por fim, espetei uma acção de despejo ao Inverno. Dei-lhe dois meses.

Agora, tempo para a tal pausa em plasticina...

escrito por centrodasmarradas às 21:00 linque da crónica
21 de Janeiro de 2011

...quem conta um conto, acrescenta um tonto...

 

Numa das ínfimas alturas em que as estradas portuguesas são patrulhadas como efectivamente deveriam ser ao longo do ano, inspirei-me num destes eventos pontuais, poucos característicos e também fui experimentá-lo nos próprios patrulhadores. Ora dos representantes da autoridade-que-circula-sem-cinto-de-segurança-na-via-pública que encontrei dentro das viaturas, todos sem excepção e sem surpresa, circulavam sem cinto de segurança e quando passavam uma notificação ou uma coima, a caneta estava na sua grande maioria sem a tampa protectora contra riscos (o que por si só, é um risco). Para terem uma pequena noção, só com os resultados desta última averiguação cumpri os objectivos a que me propus e ganhei uma semana de folga numa cabana junto à praia da Costa Nova, com viagem de autocarro incluída.

Assim como os cães patrulham os traseiros uns dos outros (e embora não literalmente), também eu resolvi andar a cheirar ao de leve aqueles a que a dada altura, eram ordenados a encostar a viatura à berma da estrada...e ao de leve ou não, o cheiro emana a léguas, tal vai a condução sobre o efeito da realidade e sem seguro...ou sem habilitações para suportar os actores que governam esta crise de ansiedade...

 

Mudando de assunto e para aqueles que dizem que a maneira de fazer política praticada em Portugal, está igual à que começou a ser "parida" a partir de 1975, aqui vai uma curiosidade pertinente.

Segundo a National Geographic, a Terra tem na actualidade, a mesma quantidade de água que tinha há 100.000.000 de anos.

Depois de profunda concentração a estudar estes dados e quinze minutos a experimentar o botão de pé que existe junto à sanita de uma qualquer casa de banho pública de um centro comercial aceitável, há duas coisas que posso constatar. Uma é que "meter água" é uma coisa perfeitamente normal e arcaica. A outra prende-se com o facto de as coisas levarem o seu tempo a mudar. Por tudo isto e se o ciclo da água na Terra demora todo este tempo a igualar valores, não há qualquer razão para que os inconformados pela inovação em Portugal entrem em desespero. Enfim, bebam um copo de água que isso acalma...

escrito por centrodasmarradas às 00:39 linque da crónica
12 de Janeiro de 2011

...em casa de berreiro, espeto de pau...

 

Já repararam como os partidos políticos fogem agora ao habitual discurso trágico greco-romano de outrora? Eu reparei e já dei um nome a essa nova vaga de fazer a mesma política. Chamei-lhe "bullshiterismo".

Mas nem tudo gira à volta da política neste belo país pilhado pela especulação e interesses do clientelismo...

 

Caros e estimados fiéis, uni-vos em momento de uníssona histeria e correria por vias movimentadas sem roupagem. E porque razão fazer tal acto impensável, perguntarão os que neste momento ainda têm pernas para jogar à "apanhada" com um Crocodilo-Cubano?

Tenham como bom exemplo o Colibri, essa ave irrequieta que chega a bater as suas asas cinquenta vezes por segundo. Não vos faz lembrar alguém conhecido e que até há pouco tempo, andava desaparecido? Quem disse D. Sebastião, falhou. Quem disse Toy, acertou e leva uma réplica do compartimento secreto da casa de banho de Dias Loureiro.

Este cordial cantadeiro/compositor da música romântico-lacrimal, consegue estar em dois canais de televisão pública, um roda-pé de um canal privado, doze estações de rádio e quatro anúncios de jornal, quase tudo ao mesmo tempo.

Isto só é possível graças a uma inesgotável resistência física, capacidade de "jogo de cintura" e calçado confortável com pormenores em tecido respirável.

Há que admitir que não é qualquer um que se notabiliza por não parar quieto no mesmo sítio...que o diga o próprio Colibri...

 

Bom, é depois deste turbulento cruzamento com falta de sinalização luminosa a indicar aproximação de um dardo tranquilizante forte que vamos todos descontrair, inspirar, expirar, gargarejar o elixir e cuspir para o lavatório, sem sujar a torneira de água quente...

escrito por centrodasmarradas às 00:46 linque da crónica
06 de Janeiro de 2011

...a malinha da vizinha, é sempre maior que a minha...

 

Mas que raio!? Agora já não se pode ser livre de se fazer uma imitação estática de um daqueles Pais Natal que dão a ideia de estarem a trepar uma varanda por uma corda, que é-se logo rotulado de ladrão!? E qual é o mal de ser a varanda do Palácio de Belém!? Não foi onde o menino nasceu? Mas que falta de tacto e sensibilidade artística!

Bom, vamos esquecer este episódio indigno...

 

Por acreditar ter chegado o momento oportuno, resolvi tecer um breve reparo à ousadia vergonhosa neo-burguesa q se agiganta e que sem protesto serpenteia incólume pelos demais.

O dia 25 de Dezembro, meus caros fiéis e crentes do pensamento livre à beira-mar cuspido de areia, é algo que acontece uma vez por ano e sempre a seis dias do fim do mês e, por infeliz coincidência, a seis dias do fim do ano. Infeliz porque não bastando perus, bacalhaus, polvos e leitões sacrificarem-se para posteriormente sobrarem ancas, rabos, tentáculos e focinhos (respectivamente por essa ordem ou se quiserem, outra ordem mais divertida), é também nesta altura impar que morre o malogrado do ano.

A morte não é uma coisa que se deva aceitar de ânimo leve e com desmesurada euforia. Creio piamente até ser de bom-senso usar de algum respeito por algo que, embora com pouco mais de 365 dias de longevidade da sua parca existência, paradoxalmente passou por muito - cheias por ali, ondas de calor por acolá, linchamentos na Grécia, mais 500 milhões de Euros para atestar o BPN, provável beatificação de Cavaco Silva...

Eu não chego à célebre "passagem de ano" e rebento em pinotes a dizer adeus ao "ano velho" (lá está o habitual impropério!), enquanto espalho espumante Asti-Marreta por cima de tudo e todos, ébrios ou não, que dançam músicas alegres e bem dispostas. Eu não! Aliás, recuso-me!

Quando chega o momento de despedida, sinto um peso nostálgico a invadir-me, que me faz erguer a taça e proferir algumas palavras em honra desse ícone que saboreou a vida de uma forma tão efémera e que partiu de forma prematura.

Aquando de uma "passagem de ano", peço que considerem a hipótese de moderar a euforia ou, na impossibilidade de o fazer e após despertarem a atenção de todos, evoquem um minuto de silêncio. Sejamos justos, é o mínimo. Bem haja a todos...

escrito por centrodasmarradas às 16:18 linque da crónica
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