23 de Março de 2011

...quem não te conhecer, que te encontre...

 

De acordo com o presidente do P.S.D., este não irá aprovar o P.E.C..

Justificando as razões, as palavras de Pedro Passos Coelho foram e cito: "portanto, não vale a pena fingir por mais tempo".

Eu compreendo que assim se proceda quando é para o bem dos dois intervenientes. Afinal, quando de uma relação já não sobra nada senão desencanto, desaparece a vontade de compartilhar e ser cúmplice no circo que é a vida...

 

O primeiro ministro diz que neste P.E.C. 4 poderá haver um ligeiro aumento das pensões mínimas. O que eu interpreto destas palavras, é que o mais certo será as pensões mínimas não deixarem de ser isso mesmo...mínimas...

 

Poderia agora invadir semelhantes temas como "o que fará alguém pedir peixe para a refeição", que ligaria muito bem com o abordado, mas não. Ao invés, resolvi deslocar-me destemido a um território de grandes confrontos de ideais, um palco de crispação económico-social, um éden para alguém que vê na tensão a fuga para a liberdade.

Encontro-me num tanque público de lavar roupa e junto a mim, encontra-se a Dona Lucília Lúcia, 85 Primaveras...

 

Lucília Lúcia:

- Eu nasci estavam decorridos nove dias do mês de Junho de 1000-9-26, portanto, qual o propósito de usar o termo "Primaveras"? Acho estúpido...

 

Especialista do Centro:

- As minhas desculpas pela incorrecção. Dona Lucília, qual a sua visão sobre o P.E.C. 4?

 

L. Lúcia:

- Eu não sou muito adepta de voyeurismo. "Se não te diz respeito, não metas o bedelho" já dizia a minha avó, rainha do tanque três vezes seguidas!

Há sim, uns senhores que costumam vir aqui para perto ver-nos a lavar, à cata de uma roupa mais colada ao corpo, mas nós protegemo-nos umas ás outras e dizemos, por exemplo, "oh Columira, olha a blusa!".

 

Esp. do Centro:

- E só isso acaba com os olhares indiscretos?

 

L. Lúcia:

- Por vezes, sim...embora outras a Columira compreenda "molha" em vez de "olha" e é o degredo...

 

Esp. do Centro:

- E os voyeurs ficam entusiasmados?

 

L. Lúcia:

- Qual quê!? A Columira tem 103 anos, homem! Depois de quinze filhos, tem os peitos que parecem dois longos cones de trânsito invertidos, senhor! Quer ver? Anda cá, Columira!

 

Esp. do Centro:

- Não se incomode, eu confio na sua discrição.

Uma questão quanto ás lavagens. Acha que o dinheiro é só lavado com detergente ou auxiliado com algum amaciador?

 

L. Lúcia:

- Ouça lá, qual é o problema de usar sabão clarim ou sabão de barra azul e branco!?

 

Esp. do Centro:

- Na realidade, nenhum...

 

L. Lúcia:

- Aqui só se lava roupa suja. Arregace lá as mangas e comece a esfregar! Olhe esse alguidar de roupa aí ao pé! Precisamos de acção e menos falatório. De quem tenha vontade de trabalhar!

 

Esp. do Centro:

- Isso soa-me a solução para o país...

 

L. Lúcia:

- Eu estava a falar do tanque público, homem!

 

Esp. do Centro:

- Sendo assim, quanto ao movimento da lavagem. Deve ser de cima para baixo ou ao contrário?

 

L. Lúcia:

- Não sei...está a falar do país ou da roupa!?...

escrito por centrodasmarradas às 00:13 linque da crónica
12 de Março de 2011

...quem come por gosto, não cansa...

 

Gostaria de começar pela masturbação.

Algo originariamente primitivo e que pouco ou nada evoluiu ao longo de milhares de anos. Característica da sua personalidade vincada, ou egoísmo traduzido em auto-satisfação manual?...

 

O assunto desta crónica, é a nobre arte de mostrar indignação e de como revoltar-se. Tentarei encontrar respostas a questões como "o que é o poder de sugestão?", "qual o potencial de uma palavra de ordem?", ou mesmo "em manifestações, será viável o pedido de uso de açaime por parte da autoridade?".

Para isso desloquei-me mais uma vez à Serra da Arrábida, onde se encontra escondido o autoproclamado único terrorista luso. Comigo está quem mais senão o famigerado Laurêncio d'Arrábida e curiosamente atrás de nós, um enorme e atraente cartaz promocional de Trípoli.

 

Especialista do Centro:

- Laurêncio, grato pela hospitalidade e respectivas tâmaras. Interrogo-me sobre o significado do cartaz turístico.

 

Laurêncio:

- Ainda bem que me faz essa pergunta! Quase nem dormi com tamanha excitação por poder responder a uma questão sobre o cartaz. Sabe que são ínfimas as pessoas que deambulam por aqui e que são potenciais curiosos sobre os meus gostos decorativos. E a minha patroa não liga muito a decoração. Mas, se lhe perguntar o que juntar a um arroz branco, ui! Desbobina-lhe mais receitas que a Wikipedia e um chef de cozinha indiano juntos!

Quanto à pergunta, esta foi a forma de mostrar a minha total solidariedade para com o povo líbio.

 

E. do Centro:

- Curiosa associação e feliz coincidência para o decorrer desta sessão de perguntas. Diga-me que conselho lhe apraz passar aos seus seguidores? O que acha necessário para singrar na arte do terrorismo?

 

Laurêncio:

- Na verdade, precisam de pouca coisa. Conta-se pelos dedos, repare: Imaginação, audácia, arrojo, coragem, loucura, intempestividade, sangue frio, descaramento, raça, astúcia, subtileza, concentração, assertividade, paixão, bons reflexos, visão e, claro está, explosivo suficiente.

 

E. do Centro:

-...sei...mas como autoproclamado único terrorista em espaço nacional, não acha que seria mais correcto estar lá, nem que fosse como observador?

 

Laurêncio:

- Chiça! Está doido!? Para ainda acabar morto!? Aquilo é tudo gente que faz primeiro e pensa depois! Obrigado, mas não obrigado! Eu prefiro assistir a tudo em segurança, através do LCD e em HD...

 

E. do Centro:

- Laurêncio...está ciente que esse tipo de atitude não abona propriamente em seu favor?

 

Laurêncio:

- Posso ser um terrorista, mas doido não vem no meu C.V.!

 

E. do Centro:

- Bom, é melhor dar por terminada esta sessão de esclarecimento...

 

Laurêncio:

- É pena. Não quer saber a minha opinião sobre a vida do Khadafi devassada em praça pública?

 

E. do Centro:

- Diria se lhe perguntasse?

 

Laurêncio:

-...hmmm...pensando bem, não me parece. Seria muito arriscado..

escrito por centrodasmarradas às 12:19 linque da crónica
05 de Março de 2011

...quem muitos burros toca, algum há-de embirrar para trás...

 

Sim, sou uma besta! Sou uma vil e alteradíssima besta!

E isto porquê? Se lerem o que está para lá desta linha de texto, percebem. É já nesta debaixo.

Eu sou dos que não perde tempo dedicado a dormir por dormir, farta-se de sonhar ideias abstractas, mas depois demora a aplicar as pioneiras que surgem. Um bom exemplo para vos elucidar, foi o que se passou no final de uma destas semanas.

Eis que sonho uma ideia que iria revolucionar as mentes e quando preparo-me para a pôr em prática...fui ultrapassado. Ele há cada oportunista com métodos refinados, que nem vos passa pelo espaço interdental! Digam-me afinal, quais as hipóteses de alguém (senão eu que sonhei esta catarse apoteótica) que, para aconselhamento na aquisição de títulos e de um empréstimo para compra ou troca de um imóvel modesto a precisar de restauro, chega a reunir-se com os presidentes executivos dos conselhos de administração dos quatro principais bancos portugueses, a fim de esclarecer dúvidas!? Para ser a cópia fiel, só me faltou a parte de ter estado anteriormente reunido com o governador do Banco de Portugal. Mas, se não me recordo de ter sonhado esta última, é porque surgiu entretanto algum espaço publicitário pelo meio e não dei muita importância ao facto...como aliás acontece sempre que assisto ao serviço televisivo quando estou acordado...

 

Outra coisa que me faz atirar um balde de água a quem diz ter sede num dia de chuva, é a passagem para o lado de lá...

Acho uma falta de consideração e de prepotência por parte da morte, quando o próprio morre sem ter conhecimento de causa ou receber uma notificação de que tal facto se vai passar connosco.

E os assuntos pendentes que estavam para ser tratados nesse dia, semana ou mês!? Quem é que vai tratar disso!?

Quando alguém comete o suicídio, é diferente. O indivíduo pode fazê-lo, porque já tratou o que havia a tratar. Pagou a conta da electricidade, do telefone, da mercearia do senhor Gervásio...pediu perdão ás Finanças...

escrito por centrodasmarradas às 18:40 linque da crónica
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