...água mole em pedra mula, tanto bate até que fura...
Eu sou um perdido por fábulas. O famoso milagre dos pães, por exemplo. Um amigo meu consegue fazer melhor. Chamou-lhe "o milagre do vôo dos pães". Que o diga o penteado da senhora da fila da frente que levou com ele...
Essa tendência que o luso tem para pensar que a vida tem um lado melhor do que a porcaria em que está metido, pode tornar-se escorregadio.
É como uma faca de dois gumes vista por um coelho. O coelho sabe sempre de antemão que de qualquer das formas, é ele que vai parar ao tacho, por isso, não há volta a dar...
Por falar em "gato por lebre", devo informar que não estou minimamente espantado com o que se vai passando pela Região Autónoma do jardim da Madeira. Se a ilha de origem vulcânica tivesse tamanho buraco (e graças a isso), há muito que estaria transformada num daqueles repuxos de água ao estilo dos que se vêem pelo Parque das Nações...e depois ia ao fundo...
Eu compreendo o Jardim.
E há que reconhecer que o seu plano é brilhante e maquiavélico.
Afinal, descredibilizar um investimento europeu como Portugal, para depois o poder comprar por "tuta e meia" (tornando-se finalmente num imperador), é de facto algo banal no mundo das altas finanças, mas julgo ser a primeira vez que uma O.P.A. sobre um país, é pensada por uma região autónoma.
O Jardim vai chegar e fazer-nos chegar longe. Tenham paciência (e como disse o outro que conseguiu chegar a P.R.), deixem-no trabalhar...
Agora, o que seria pior que isto? Ser descoberto!? Não. Pior que isto é tentar fazer o "milagre do vôo do pão" e descobrir que não se tem apetência para tal. O máximo que consegui foi o que poderia ser apelidado de "o milagre do soluço do pão"...
Nota: nenhum penteado foi vilipendiado ou menosprezado durante a feitura desta crónica...até pode ter sido antes, que não por mim, mas durante, jamais...