...burro velho, mais vale mandá-lo que ensiná-lo...
Eu até sou exímio no manejo da sachola. Sou detentor de um movimento harmonioso, único e preciso. A parte que ainda não domino é o não acertar nas batatas...
Preocupa-me o tempo de antena que dão aos tiranos.
Aliás, dão demasiado tempo de antena e pouca atenção ao espaço onde estes passam despercebidos até a poeira assentar.
Deduzo que não deve ser fácil para um cruel senhor do mal, ter tanta atenção dispensada e viver num reles buraco.
Primeiro, há poucas hipóteses de conseguir ter um razoável serviço de rede telemóvel e internet. Imagino que quem o quiser contactar, tem de o fazer por carta, espalhar a palavra, ou lançar os mastins a tudo quanto é buraco (isto não é uma piada fácil à Madeira).
Em segundo, outra das desvantagens que logo se notam num esconderijo desta natureza, é a pouca habitabilidade e arrumação do espaço.
Por tudo isto, não compreendo como é que um fervoroso genocida como Saddam ou Kadhafi decide viver e dividir com o seu enorme ego, ambos confinados a um espaço pouco maior que a distância que vai do pêlo extremo de uma sobrancelha, ao mesmo pêlo da sobrancelha oposta (para não mencionar repartir o cubículo com o volume de cartas, postais e teias de aranha revestidas a gotículas de humidade).
Eu não conseguiria viver muito tempo entre cheiro a mofo, posições de cócoras ou deitado de lado, a ler comentários de opinadores mundiais sobre o meu percurso de vida, infografias de armas nucleares e avanço das hostes.
A não ser que criassem uma espécie de reality show à volta da situação. Aí, mediante o cachet, seria capaz de reconsiderar...