...a falência, é uma virtude...
Muitas vezes enquanto medito à beira-rua, questionam-me porque razão o Salgueiro-chorão (o Salix babilonica, não o Ricardo Carvalho), tem os ramos pendentes, de aspecto fraco e não como as restantes árvores, com ramos fortes, espetados para cima. Eu sabiamente sorrio e respondo, condescendente com a ignorância daquele que busca a sabedoria:
- Deus Vosso Senhor era bom em botânica, mas muito parco em estilos de penteado"...
O Verão deste ano é capaz de ter sido o mais justo dos últimos anos. Houve de tudo. Desde dias assim-assim, dias frescos e noites quentes, outros assim-assado, dias chuvosos e noites esteadas, mais alguns dias assim-assim, até dias dedicados à higiene íntima...
É sempre fácil criticar, apontar o dedo, incutir palavras de ordem e de desordem, mas construir algo que agrade este povo, pode até tornar-se uma tarefa hercúlea para muitos. O Verão faz o que pode. Sim, o Verão. Essa estação do ano cujo povo luso reclama quando nunca mais chega, reclama por fazer demasiado calor, reclama por não fazer calor nenhum e reclama ainda quando a estação chega ao fim. Convém frisar que ao pé do povo luso, contentar gregos e troianos é um passeio no parque.
Mas para o Verão haverá impossíveis? Não. Há algo pior. A indignação deste povo eternamente insatisfeito.
A culpa não é do Verão, a culpa é do povo que nunca está bem...
Mas nem tudo são complicações ou sandochas de peito de peru, em pão de forma cortado em triângulo. O Verão proporciona bons momentos e conversas acesas que aquecem a mais fria noite de Inverno.
Eu vivo para o Verão assim como o senhor das farturas.
Quem sabe se não lucramos os dois com isto.
Ele a vender gorduras, açúcares e óleos. Eu a criticá-lo...